Em 2014, a escritora Joanna Walsh propôs o #readwomen2014 com o objetivo de chamar atenção do mundo sobre a posição da mulher no mercado editorial. Desde então o projeto ganhou espaço, inclusive no Brasil, e passamos a ler mais livros escritos por mulheres. Se você também quer fazer parte dessa iniciativa, veja abaixo algumas indicações que estão na minha lista de favoritos da vida.
Após perder sua irmã, Nina Sankovitch faz a promessa de ler um livro por dia durante um ano. No livro O ano da Leitura mágica, publicado no Brasil pela Editora LeYa, nós acompanhamos esse ano literário, e todos os sentimentos e inquietações gerados pela leitura de títulos como A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery; Do Que Eu Falo Quando Eu Falo de Corrida, de Haruki Murakami; e O Castelo de Vidro, de Jeannette Walls. \ Confira 13 frases do livro
Através dos relatos de Val e da cobertura jornalística feita pela repórter Angela Dash para o Tribuna de Garvin, conhecemos todos os personagens dessa história – os adolescentes, seus familiares, o corpo docente do Colégio – e, principalmente, os possíveis motivos da existência da Lista Negra. Jennifer Brown nos alerta para o que pode motivar o bullying e quais as suas consequências. Tenta nos mostrar também como os veículos de comunicação se aproveitam de tragédias para aumentar a audiência. E ainda nos faz questionar: afinal, quando um jovem tira a vida de outro por causa do bullying, quem são os culpados e as vítimas? \ Confira minha opinião completa
Lançado em 1960, o livro escrito por Harper Lee ainda é bastante atual por tratar de temas ainda presentes: racismo e injustiça. “A história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.” (Skoob) \ Confira 6 frases do livro
Luzes de emergência se acenderão automaticamente
“Henrique mora nos subúrbios de Porto Alegre com os pais, e é um garoto que se considera, em todos os aspectos, uma pessoa normal. Está na faculdade, trabalha num posto de gasolina em meio período, tem uma namorada. Fala pouco, é introspectivo, mas cultiva amizades sólidas. Tudo muda quando seu melhor amigo, Gabriel, bate a cabeça num acidente banal e, pouco tempo depois, é hospitalizado em coma. Após uma cirurgia de emergência, não há muito que fazer por ele, dizem os médicos. Apenas esperar. E Ike, os pais de Gabriel, o irmão mais velho e os amigos aguardam o menor sinal de melhora.”(Skoob) \ Confira no vídeo minha opinião
Precisamos Falar Sobre o Kevin
Lionel Shriver é escritora e colunista do jornal britânico The Guardian. Seus livros são publicados no Brasil pela editora Intrínseca, dentre eles “Precisamos falar sobre o Kevin” (2003), seu sétimo romance, vencedor do Prêmio Orange de 2005, considerado um best-seller mundial e adaptado para o cinema em 2011. Em “Precisamos fala sobre o Kevin” lemos as cartas que Eva Khatchadourian escreveu para seu marido, Franklin, após o filho do casal, Kevin, assassinar sete colegas, uma professora e um funcionário no ginásio do colégio em que estudava em Nova York. \ Confira minha opinião completa
Socorro Acioli, jornalista e doutora em estudos de literatura, começou a escrever as primeiras ideais para o livro “A Cabeça do Santo” (Companhia das Letras, 2014) na oficina de criação e roteiro “Como contar um conto”, ministrada por Gabriel García Márquez na Escuela de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba, no ano de 2006. Em “A cabeça do santo”, vamos acompanhar a saga de Samuel pelo sertão do Ceará com o objetivo de cumprir o último pedido que sua mãe, Mariinha, fez antes de morrer e encontrar a avó e o pai que nunca conheceu. Após uma longa viagem a pé, sofrendo com as surpresas do sertão nordestino, Samuel chega em Candeia – uma cidadezinha cheia de desesperança, desfelicidade e desgraça. E lá encontra uma gruta para dormir, mas quando acorda ele se depara com uma confusão de vozes femininas na sua cabeça. \ Confira minha opinião completa
A condição indestrutível de ter sido
A brasileira Helena Terra nos mostra a beleza que existe na construção e desconstrução de um amor em apenas 80 páginas, com seu livro A condição indestrutível de ter sido (Dublinense, 2013). A narradora conhece Mauro em um blog coletivo, se apaixona por ele e faz de tudo para viver essa paixão, mas Mau mora em outra cidade e é casado. \ Leia aqui sobre o livro
Eleanor & Park é o segundo livro YA (jovens-adultos) da escritora americana Rainbow Rowell. Em 2013, o romance foi escolhido pelo The New York Times, Amazon e Goodreads como o melhor no gênero YA e em 2014 foi lançado no Brasil pela Editora Novo Século. Rainbow nos leva para o ano de 1986. Sem computadores, sem as redes sociais digitais, sem smartphones. Fugindo do padrão de vários livros para adolescentes, pelo menos os que consigo lembrar agora, os personagens principais não são ricos, lindos e populares. Ao contrário, são super desajustados. Fora do padrão beleza e popularidade tão cultuado em várias produções para o público jovem. E, talvez, por isso faz tanto sucesso e agrade não só o público-alvo como outros públicos. Eleanor & Park são reais. Poderia ter sido eu, ou você. \ Confira minha opinião completa
Confesso para vocês que antes do Leia Mulheres não tinha parado para analisar a minha estante. Em 2015, comecei um projeto para ler mais brasileiros contemporâneos, uma forma de valorizar nossa produção e de representatividade, sinto falta de ler mais histórias que se passem no Brasil. Quando peguei a lista dos livros brasileiros, percebi que não tinha muita mulher. Depois disso me senti ainda mais motivada para participar do Leia Mulheres e hoje estou com uma lista grande de escritoras brasileiras que quero conhecer, como por exemplo: Elvira Vigna, Maria Valéria Rezende, Adriana Lisboa e Lygia Fagundes Telles.
O movimento é válido e não tem a intenção de discriminar a literatura feita por homens, mas sim colocar a literatura produzida por mulheres no mesmo nível de visibilidade.
- Leia também: Por que ler mais escritoras?, texto de Olga Elis no blog As Bastardas;
- Além de seguir minhas dicas, visite o site do Leia Mulheres e veja se o clube já chegou na sua cidade. E se for de Salvador, entre no nosso grupo do Facebook;
- Onde encontrar os livros citados (comprando por esses links, você ajuda o blog. Obrigada!): O ano da leitura mágica | A Lista Negra | O sol é para todos | Luzes de emergência se acenderão automaticamente | Precisamos Falar Sobre o Kevin | A Cabeça do Santo | A condição indestrutível de ter sido | Eleanor & Park
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É verdade. Antes do #LeiaMulheres eu também nunca tinha prestado muita atenção no enorme desequilíbrio que existe entre títulos escritos por homens e mulheres na minha estante. Desde o ano passado, isso começou a mudar, felizmente.
Dessa sua lista, só li O Sol é Para Todos (amor da vida!), mas pretendo ler quase todas as indicações.
Beijo!
P.S. Sobre suas perguntas lá no blog:
– Acho que Ex_Machina levanta umas questões interessantes. Vale dar uma espiada.
– O menino e o mundo: Vi em casa.
– Malala: passou no NatGeo.
Vamos que vamos!
Já estou com Ex_Machina pra ver e vou procurar os outros.
Beijos 😉