Descrição do áudio do vídeo:
Antônio Xerxenesky nasceu em Porto Alegre, em 1984. É escritor e tradutor. Um livro bem famoso dele é o F, que foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. Conheci a literatura do Antônio através do livro As Perguntas, seu lançamento recente pela Companhia das Letras.
Em As perguntas, nós temos Alina, que é uma doutoranda em histórias das religiões e especialista em tradições ocultistas. Mas não vamos pensar que Alina é uma pessoa envolvia com o ocultismo porque ela não é, ao contrário ela é bem cética em relação a esses temas e sua pesquisa é quase uma negação a essas religiões.
Alina é uma pessoa muito racional, ela pesquisa algo que não acredita. Achei interessante e curioso isso. Se meter em algo desconhecido e ainda que não se acredita. Só que a vida de Alina não está muito fácil. Ela trabalha como editora de vídeos numa empresa, ou seja, não tem muito a ver com suas pesquisas, mas os boletos chegam e ela precisa de dinheiro pra pagar.
Um belo dia, Alina recebe ligação de uma delegacia, a delegada queria que ela fosse uma espécie de consultora em um caso que estava intrigando a policia, havia indícios de que uma seita estava acontecendo em São Paulo e deixando vítimas. Mas Alina não foi muito útil, não sabia de muita coisa, não soube como ajudar a delegada, estava nervosa e acabou não obtendo detalhes sobre o caso e nem ajudando a polícia como era esperada.
Mas aí o que aconteceu… Alina estava lá na sua vida monótona e resolve investigar por conta própria esses casos, essa tal seita, e então começa o babado do livro e na vida de Alina.
O livro começa em terceira pessoa. Um narrador que na minha cabeça sempre foi o próprio autor. É quase uma conversa, um monólogo talvez, sobre o terror, o terror no cinema, a pesquisa acadêmica de Alina. A narrativa traz uma espécie de contexto histórico do gênero horror.
No meio do livro, muda a perspectiva para primeira pessoa e Alina narra sua própria história. A leitura é rápida, eu fiz em uma noite porque fiquei contando os minutos para o possível embate de Alina com sua pesquisa. Fiquei curiosa com a possibilidade dela encarar e vivenciar o que ela pesquisava apenas na teoria e que ainda por cima desacreditava.
Vale a pena conhecer a literatura do Antônio e seu novo livro As perguntas.