Já havia ouvido falar do filme O Leitor, mas somente tomei conhecimento de que ele foi inspirado em um livro na minha primeira visita à Biblioteca Pública de Minas Gerais. Naquela época fiquei com vontade de ler, mas deixei para depois e este ano recebi o livro de presente de uma amiga.
O livro, do alemão Bernhard Schlink (Record, 1998), conta a história de Michael Berg, um garoto de 15 anos que ao retornar da escola passando muito mal é encontrado por Hanna, que tem 36 anos. Ela o resgata e o leva para casa. A mãe ao saber da heroína de Berg o obriga a comprar flores com o próprio dinheiro e levar à casa de Hanna como forma de gratidão. Ele assim faz, mas acaba vendo-a se trocando e sai correndo. Depois dessa primeira visita ele retorna à residência dela e ela o inicia no amor que consiste em um ritual: primeiro ela o banha, depois eles tem suas relações sexuais fazem amor. As visitas tornam-se diárias e em um determinado momento Hanna pergunta o que Michael aprende na escola, e então fazem uma acréscimo ao ritual: Michael agora deve ler para Hanna. Agora a ordem é: Banho, leitura e sexo.
Mas o romance é interrompido por Hanna de forma abrupta. Um dia a personagem visita Michael na piscina e este foi o ultimo dia em que eles se viram, pois no dia seguinte ao fazer sua visita diária Michael percebe que ela se mudou sem deixar qualquer pista.
Na segunda parte do livro Michael já está crescido, na faculdade de direito, e o professor dá como atividade um seminário onde os alunos terão que acompanhar um julgamento de criminosos da Segunda Guerra Mundial e no banco de réus encontra-se Hanna. É nessa parte que percebemos que a personagem guarda um grande segredo e notamos até onde ela é capaz de ir para escondê-lo.
Li este livro praticamente em dois dias e ele me envolveu de uma forma inenarrável. O autor conseguiu tocar através dessa história no mais profundo do meu coração, pois sempre fui muito apaixonada pela literatura e amo livros que mostram o poder de cura da leitura e a forma como ela pode nos tocar.
Em momento algum me senti incomodada com o relacionamento dos dois, pois ele optou por estar com ela, não foi obrigado a isso, senti que o seu amor era verdadeiro.
Existem vários momentos maravilhosos no livro que não posso relatar aqui, pois correria o risco de estragar a experiência de leitura de vocês, mas a parte em que Michael começa a se sensibilizar com a condição de Hanna foi uma das mais especiais para mim.
Assisti ao filme neste final de semana e assim como o livro ele me tocou fortemente, mas tenho que dizer que fiquei triste pela ausência de alguns detalhes que nos dão pistas com relação ao segredo de Hanna e a relação de Michael com o pai. Também fiquei com muita raiva de Michael no filme, principalmente quando chegamos à parte final. Mas ainda assim, a adaptação é belíssima, mas recomendo fortemente a leitura do livro.
Fazer história significa construir pontes entre o passado e o presente, observando ambas as margens e agindo nas duas. (Pag 198)
Submarino / Saraiva / Americanas / Amazon
Adorei o livro demais e fiquei com uma ressaca horrível pós leitura… Acho que por isso estou enrolando pra vê o filme, rs. Ótima resenha Thata! ?