Preparei uma lista com indicações de livros brasileiros desde os clássicos aos contemporâneos. Algumas dessas leituras estão entre as minhas favoritas e contemplam quase todos os gêneros literários.
Dom Casmurro – Machado de Assis
O marido, a mulher, o amigo íntimo. Adultério? Esta dúvida, que corrói o espírito do narrador de Dom Casmurro, pode ser esclarecida? Neste romance, Machado de Assis propõe um surpreendente enigma, enquanto focaliza com a habitual ironia a sociedade de seu tempo e apresenta algumas das personagens mais perfeitas da ficção brasileira. Publicado originalmente em 1899. (Skoob)
Capitães de Areia – Jorge Amado
Esta obra narra a história da vida urbana de meninos pobres e infratores que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. O livro vai revelando os personagens, cada um deles com suas carências e suas ambições – do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. (Skoob)
Senhora – José de Alencar
Senhora – “Senhora” tem como protagonista Aurélia Camargo, uma moça bela, inteligente e de muita personalidade que vive uma desilusão amorosa ao ser trocada por uma moça mais rica. Ao receber uma herança, Aurélia decide lutar para recuperar seu amado e acaba conseguindo casar-se com ele. No fim, redimidos, ela do orgulho, ele pela humilhação, o verdadeiro amor vence. No romance, percebemos a condenação do casamento por conveniência e a retratação do Rio de Janeiro do Segundo Império, dando especial atenção ao modo de vida da burguesia e às relações humanas na sociedade da época. (Skoob)
O cortiço – Aluísio Azevedo
Moradora de um cortiço de propriedade do português João Romão, Rita Baiana é uma mulher expansiva e liberada. Ao se apaixonar por Jerônimo, jovem lusitano recém-chegado ao Brasil, ela deflagra um jogo de paixões que acaba em tragédia. (Skoob)
Laços de família – Clarice Lispector
Em Laços de Família, Clarice expõe de forma íntima o dia a dia das suas personagens. Qualquer pessoa veria a rotina de uma dona de casa como algo simples e banal, Clarice enxerga isso como algo profundo e complexo. Em cada conto, Lispector trata também dos laços que unem ou aprisionam as personagens aos seus familiares.
Veronika decide morrer – Paulo Coelho
A loucura é a incapacidade de comunicar-se. Entre a loucura e a normalidade, que no fundo são a mesma coisa, existe um estado intermediário: chama-se ser diferente. E as pessoas estavam cada vez com mais medo de ser diferentes. No Japão, depois de ter pensado muito sobre a estatística que acabara de ler, me veio a ideia de escrever um livro sobre a minha própria experiência. Escrevi “Veronika Decide Morrer” na terceira pessoa, usando meu ego feminino, porque sabia que a minha experiência de internação não era o que interessava mas sim os riscos de ser diferente, e o horror de ser igual. (Skoob)
A droga do amor – Pedro Bandeira (leia toda série Os Karas)
Um cientista americano, que havia criado a cura para a praga do século, o mal que transforma o amor em morte, é sequestrado no Brasil. Magrí e Chumbinho tentam reunir a turma secreta dos Karas para investigar esse crime tão tremendo para a humanidade. Mas Miguel, Calu e Crânio, por não querer disputar entre si o amor por Magrí, decidem terminar com os Karas… Para agravar a situação, o Doutor Q.I., o rei dos criminosos, foge da penitenciária de segurança máxima… Magrí, a única menina da turma, é quem afronta todos os riscos para desvendar esta trama eletrizante! (Skoob)
As cores da escravidão – Ieda de Oliveira
Uma história sobre inocência roubada, sonhos invadidos, infância escravizada. Mas também sobre esperança, compaixão, amizade e amor.
O menino no espelho – Fernando Sabino
Nesta obra, o menino Fernando, que vem a ser o próprio autor, vive todas as fantasias de sua infância por meio de uma deliciosa viagem ao passado de um dos melhores escritores brasileiros. Sabino conta suas memórias, intercalando fatos reais e imaginários, histórias mirabolantes de um menino mineiro que cresceu na Belo Horizonte de 1920. Emocionante e engraçado, o livro é um clássico que acompanha gerações.
Memória inventadas (As Infâncias de Manoel de Barros) – Manoel de Barros
As infâncias de Manoel de Barros reúne os versos das três infâncias do autor. O livro se completa com as iluminuras de Martha Barros, sua filha e pintora. (Skoob)
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios – Marçal Aquino
No momento em que narra os fatos de Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, o fotógrafo Cauby está convalescendo de um trauma numa pensão barata, numa cidade do Pará que algum tempo antes fora palco de uma corrida do ouro. Sua voz é impregnada da experiência de quem aprendeu todas as regras de sobrevivência no submundo – mas não é do ambiente hostil ao seu redor que ele está falando. O motivo de sua descida ao inferno é Lavínia, a misteriosa e sedutora mulher de Ernani, um pastor evangélico. A trajetória do fotógrafo, dado a premonições e a um humor desencantado, vai sendo explicada por meio de pistas – a história de Chang, morto num escândalo de pedofilia; o mistério de Viktor Laurence, jornalista local que prepara uma vingança silenciosa; a vida de Ernani, que no passado tirou Lavínia das ruas e das drogas. Mesmo diante de todos os riscos, Cauby decide cumprir seu destino com o fatalismo dos personagens trágicos. Nunca acreditei no diabo , diz ele, apenas em pessoas seduzidas pelo mal.
Fim – Fernanda Torres
Fim, romance de estreia de Fernanda e publicado pela Companhia das Letras, conta os últimos dias de vida de cinco amigos cariocas: Álvaro (o solitário), Sílvio (o fanfarrão), Ribeiro (o garotão), Neto (o careta) e Ciro (o Don Juan). Cada carioca tem seu capítulo e assim acompanhamos as lembranças, frustrações, encontros, alegrias e loucuras de suas vidas até o derradeiro suspiro.
Meus desacontecimentos – Eliane Brum
Eliane nos deixou entrar na sua “vida com as palavras” também de forma íntima, não nos poupou dos detalhes, das feridas, dos dramas e nos inundou de poesia. Transformar o cotidiano, o banal, a sua vida, diante dos olhos dos outros, em poesia não é para muitos. É um dom.
A jornalista que já narrou várias vidas, agora narra a sua própria. Nos apresenta sua avó com “as histórias urdidas com retalhos pinçados do território sem fronteiras do ontem” e que sabia “que, para algumas vidas, é mais fácil mudar o passado que o futuro”; o seu primeiro ato revolucionário de queimar a parede da prefeitura com um fósforo; sua irmã para sempre viva e seus irmãos; o início da sua paixão pela leitura e pelos livros e muitos outros desacontecimentos.
A cabeça do santo – Socorro Accioli
Em “A cabeça do santo”, vamos acompanhar a saga de Samuel pelo sertão do Ceará com o objetivo de cumprir o último pedido que sua mãe, Mariinha, fez antes de morrer e encontrar a avó e o pai que nunca conheceu. Após uma longa viagem a pé, sofrendo com as surpresas do sertão nordestino, Samuel chega em Candeia – uma cidadezinha cheia de desesperança, desfelicidade e desgraça. E lá encontra uma gruta para dormir, mas quando acorda ele se depara com uma confusão de vozes femininas na sua cabeça.
A gruta, na verdade, era a cabeça oca de uma estátua de santo Antônio. E as vozes, preces que as mulheres faziam para o santo.
Anelisa sangrava flores – Anderson Henrique
Anelisa sangrava flores é a estreia solo do carioca Anderson Henrique. Publicado em 2014, pela Editora Penalux, o livro reúne 13 contos de realismo fantástico, um deles dá título ao livro.
O que mais me atraiu na leitura foi a forte presença feminina nas histórias contadas por Anderson. A figura feminina é quase sempre a personagem principal, envolvida em mistérios e magia. A Anelisa, do título, quando se machuca e o sangue entra em contato com a terra, nascem gérberas. É triste e belo, ao mesmo tempo.
Exorcismos, amores e uma dose de blues – Eric Novello
Em EADB, conhecemos Tiago Boanerges, um mago exorcista, fã de blues, ex-membro do Conselho de Hórus (polícia especializada em seres mágicos) que vive em Libertà – uma cidade ficcional habitada por seres humanos e seres mágicos – e sobrevive de fazer bicos no Entremundos ( um mundo entre os mundos, lugar mágico, cheio de seres fantásticos).
Quando fazia parte do Conselho de Hórus, Tiago recebeu a missão de exorcizar uma musa que possuía a cantora Elisa Goldin, mas o que era para ser mais um trabalho, transformou-se na vida e quase morte do Boanerges. Ele se apaixonou por Elisa (ou seria pela musa?) e fracassou na missão. O preço foi perder o coração, a amada, o emprego e a dignidade.
Feliz por Nada – Martha Medeiros
Nesta coletânea de mais de oitenta crônicas, Martha Medeiros aborda temas muito diversos e ao mesmo tempo muito próximos do leitor. A autora tem o dom para aproximar assuntos por vezes fugidios – como é próprio do cotidiano – de questões universais, como o amor, a família e a amizade, e criar lugares de reconhecimento para o leitor, como ao falar de Deus, dos romances antigos e novos, da mulher, de escritores e cineastas que são imortais, de se perder e se reencontrar, do que a vida oferece e muitas vezes se deixa passar. “Feliz por nada”, afirma Martha Medeiros, é fazer a opção por uma vida conscientemente vivida, mais leve, mas nem por isso menos visceral. (Skoob)
Mulher perdigueira – Carpinejar
Livro de crônicas publicado em 2010.
“Porque amar não é um vexame. Escândalo mesmo é a indiferença.” (Skoob)
Alguém especial – Ivan Martins
O jornalista Ivan Martins, editor-executivo de Época, também assina uma coluna semanal no site da revista. Criada há dois anos, essa coluna é hoje uma das mais lidas, comentadas e retransmitidas pelos internautas. Com inteligência, sensibilidade, senso de observação e uma argúcia fora de série, ele fala sobre relacionamentos, conquistas e perdas, mudanças comportamentais por que passam homens e mulheres, redefinição de papéis, expansão da liberdade sexual, proliferação de escolhas. Alguém especial é uma seleção das 50 melhores textos, já publicados e também inéditos, de Ivan. (Skoob)
Boa leitura! 😀
Gostei das dicas ^_^
Aê, Duda! =*
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Li algumas dessas dicas e lembro que, na época, quando éramos obrigados a ler no colégio não gostei nem um pouco de Clarice Lispector.
Não reli nada até hoje, mas sinto que é a velha ideia de provavelmente não ter sido a melhor hora pra ter sido apresentado a um livro dela.
hahaha é bem por aí mesmo. 😀
Posso adicionar alguns à lista por minha conta? Lá vai:
– Rakushisha (Adriana Lisboa)
– A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves (Joca Reiners Terron)
– Antes do Baile Verde (Lygia Fagundes Teles)
– Reino das Névoas (Camila Fernandes)
Claro!
Sou louca para ler algo da Adriana. Tenho aqui Azul Corvo. E preciso conhecer a obra de Lygia. Todo mundo fala super bem. Vou separar o Antes do baile verde para ler. Os outros não conheço, mas vou pesquisar.
Beijos 🙂
A escrita da Adriana é muito particular. Faz toda a diferença. A Lygia é sensacional. Tem outro de contos dela, Seminário dos ratos, que fica no mesmo nível do Antes do baile verde. São imperdíveis. 🙂