Filme - Judas e o Messias Negro - Jeniffer Geraldine

Judas e o Messias Negro, escrito e dirigo por Shaka King, é um drama histórico baseado em fatos reais. O filme aborda a história de dois integrantes do Panteras Negras, importante partido político dos EUA, durante a década de 1960, que lutava pelo direitos, liberdade, empoderamento do povo negro e o fim da violência.

Em 1968, o jovem ativista Fred Hampton, com apenas 20 anos de idade, interpretado por Daniel Kaluuya (Corra!), tornou-se presidente dos Panteras Negras, no estado de Illinois. Do outro lado, mas não tão longe, há o jovem ladrão de carros William O’Neal (Lakeith Stanfield), que, ao ser preso pela polícia, aceita um acordo feito pelo agente do FBI, Roy Mitchell (Jesse Plemons), para se infiltrar no movimento Panteras Negras e passar as informações para a agência de investigação.

O governo dos EUA, a polícia de Chicago e o FBI viam os Panteras Negras como uma ameaça pública e costumavam igualar as ações do partido às da Ku Klux Klan, a famosa organização terrorista e supremacista dos EUA. Dessa maneira, buscavam formas de se infiltrar no partido a fim de interceptá-los. William O’Neal foi uma importante porta de entrada.

As atuações de Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield são excelentes. Tanto que, no Oscar 2021, renderam indicação para os dois como atores coadjuvantes e Judas e o Messias Negro concorre nas categorias melhor filme, roteiro original, canção original e fotografia.

Fred Hampton foi um homem que prezava pelas alianças e tinha o poder de mobilizar através de grandes discursos. Fred criou alianças improváveis para lutar contra a repressão policial da época. Enquanto outra aliança improvável acontecia, a de William com o governo, para derrubá-lo.

Judas e o Messias Negro relembra um momento importante da luta pelos direitos civis nos EUA em que o Estado e a polícia agiram contra a liberdade e igualdade racial e social. E ainda resgata a memória de um símbolo da luta, Fred Hampton. É preciso contar a história a partir de fontes que foram apagadas e não são hegemônicas.

Escute a canção “Fight for you”, de H.E.R.