Em outubro passei dois dias sem smartphone. E algo que parecia ser totalmente controlável, me mostrou que sou uma viciada. Eu sabia que estava sem o aparelho, mas varias vezes fui pegá-lo na bolsa para checar as redes sociais, o e-mail e até as horas (mesmo usando um relógio). Era um ato incontrolável e fiquei decepcionada quando percebi que o vício era grande. Gente, tive medo de perder o horário de acordar pro trabalho porque não estava usando o despertador do celular. #tenso
A verdade é que estamos cada dia mais conectados e dependentes da tecnologia. E caminhamos para que tudo seja sistematizado. E paro para refletir, enquanto uns pensam em tornar o mundo mais tecnológico, vários outros perdem a capacidade de pensar e agir sem a ajuda de um computador ou celular.
Julgo todo dia a tia do restaurante que ao invés de usar uma calculadora para somar a conta, usa uma caneta e papel. Mas eu acho que ela está certa. A tecnologia é nossa aliada, veio para tornar nossa vida mais prática, mas não precisamos ficar dependentes dela. Afinal, não sabemos do amanhã e se uma máquina parar, nós vamos precisar saber como sobreviver.
Pensei nisso tudo enquanto fazia a leitura de Cyberstorm, de Matthew Mather, publicado no Brasil pela Editora Aleph. O livro já chegou no Brasil como best-seller #1 de ficção científica. E ao ler, sabemos o porquê. Matthew Mather criou uma história que pode ser real. Se ao ficar dois dias sem celular, eu quase buguei (risos), imagina ficar mais de 60 dias sem qualquer meio de comunicação, sem energia elétrica?
Em Cyberstorm, os Estados Unidos sofrem um ataque cibernético ao mesmo tempo que Nova York passa por uma terrível tempestade de neve. De onde veio esse ataque? Não sabemos. Apenas sabemos que não há como se comunicar, não há energia. E é bem complicado sair de casa para buscar ajuda e informação, já que do lado de fora só tem neve e frio. Muito azar, né?
Engana-se quem acha que a proposta do livro é ser técnico – falar sobre ciberespaço, sobre ciberterrorismo, sistema de informação, etc. A discussão sobre essas questões está presente, mas através de conversas de pessoas comuns que buscam entender o que está acontecendo e, principalmente, sobreviver ao caos. Uma dessas pessoas é o nosso narrador, Mike Mitchell. Ele não é o mais esperto e mais inteligente. Mas é bastante humano. Seu objetivo é passar pelo caos, vivo e ao lado de sua família e amigos.
E assim como Mike, o leitor também não sabe de nada. Vamos acompanhar cada dia desse caos, sem saber o que poderá acontecer. Afinal, é algo novo, jamais visto. E no meio de tudo isso, dois sentimentos movem os dias: a esperança e o medo.
– O medo. O medo é o verdadeiro inimigo. – Ele olhou para o teto. – Medo e ignorância. (pag 36)
A leitura nos faz refletir sobre o quanto estamos nos tornando digitais demais e do que somos capazes de fazer para sobreviver ao frio, a fome e a sede. E nós sabemos que quando a questão é sobreviver, deixamos de lado até a civilidade.
Cyberstorm é um livro para quem é fã de ficção cientifica, thriller, ou para quem gosta de livros que exploram o comportamento humano, ou seja, é uma leitura para qualquer pessoa.
>> Vai ter filme baseado no livro. Produção da 20th Century Fox. 😉
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