Nunca fui de ler séries de livros, mas desde 2016 fui arrebatada pela série Napolitana, da escritora Elena Ferrante. Em 2018, me despedi da tetralogia, mas sigo levantando a bandeira “Ferrante Fever” (febre Ferrante) por onde vou.
Elena Ferrante se mantém no anonimato mesmo sendo considerada um fenômeno da literatura contemporânea. O seu desejo de se manter ausente dos holofotes já causou incômodo em muita gente e resultou até em uma investigação sobre a identidade da autora, foi um verdadeiro CSI literário em 2016.
A série Napolitana é considerada pela própria autora como um grande romance, mas que foi dividido em quatro partes. A tetralogia é também um grande romance de formação e posso dizer, para simplificar a sinopse, que trata da história da amizade entre duas mulheres, Elena Greco (Lenu), e Raffaela Cerullo (Lila). A narradora é a Lenu, que se tornará uma escritora de sucesso, e o seu desejo de escrever essa história de amizade partiu de dois fatos: a vontade de Lila de desaparecer do mundo sem deixar vestígios; e a vontade de Lenu de manter a sua amiga viva.
Costumo dizer que a amizade delas é um mar de rosas cheio de espinhos. E em alguns momentos não sabemos se são amigas ou inimigas. Acredito que uma motivava o melhor e o pior da outra. Os quatro livros foram publicados no Brasil pelo selo Biblioteca Azul, da editora Globo Livros, com tradução de Maurício Santana Dias. São eles:
- A amiga genial (2011): 1950, Nápoles (Itália). Parte da infância e adolescência;
- História do novo sobrenome (2012): Juventude e início da vida adulta. Lila se casa e Lenu continua os estudos;
- História de quem foge e de quem fica (2013): Década de 1970. Um dos temas principais é maternidade. O livro é mais político e social. Além de fazer pensar também o que é ser mulher em um mundo machista;
- História da menina perdida (2014): Lenu já é uma escritora de sucesso e Lila conquistou pessoas e status onde vive. Elas estão distantes uma da outra mas acabam se reaproximando.
Listar cinco motivos para ler a Série Napolitana é apontar o que mais me atraiu nos livros e também as relações que fiz entre a ficção e a vida.
- Escrita sincera e honesta de Elena Ferrante
A autora não emociona com palavras bonitas e citações sublinháveis mas com situações tão reais que podemos encontrar na nossa família, bairro e cidade.
2. Questões feministas
Através da vida de Lila e Lenu, podemos refletir sobre a condição feminina, sororidade, maternidade, violência doméstica, machismo, sexualidade feminina, casamento, família X vida profissional. E também sobre tudo o que as personagens fizeram para tentar sobreviver ao mundo machista.
3. Nápoles
A cidade Nápoles é um pedaço da Itália do pós-guerra na série e se torna uma outra personagem importante. Assim nos faz pensar sobre bairrismo, referências e influências sociais, violência, máfia e política.
4. Importância do acesso à educação
O acesso ao livro, leitura, educação fez diferença na vida de Lenu e Lila. A oportunidade de estudar desde a escola até a universidade afeta não só o futuro profissional, mas a autoestima de um ser humano.
5. Personagens complexas
Além de Lenu e Lila, a série traz vários personagens e núcleos familiares complexos, passionais, ambíguos. Ou seja, humanos e reais demais.
Se preferir, você pode conferir o conteúdo no formato vídeo!
Espero ter te convencido a ler! 😀
- Adquira os livros na Amazon e colabore com o blog: A amiga genial | História do novo sobrenome | História de quem foge e de quem fica | História da menina perdida
- A série está em processo de adaptação para TV pela HBO com estreia prevista para 2018. Oremos para que chegue também no Brasil.
- Elena Ferrante começou em janeiro uma coluna no jornal britânico The Guardian. Algumas pessoas estão traduzindo para o português, uma delas é a Fabiane Secches. Gostei muito da última que li, “Da ficção inerente à escrita”. O texto original está no site do jornal.
Espalhe “Série Napolitana – 5 motivos para ler” por aí! 😉