Melhores leituras de 2024.1

Momento para registrar no blog as melhores leituras que fiz durante o primeiro semestre de 2024. São notas pessoais sobre os livros e que talvez te motive a colocar algum deles na sua lista infinita de leituras.  

Abre parênteses. 

Tenho pensado sobre essa questão da “lista infinita de leituras”. Decidir mudar a perspectiva. Em vez de encarar como parte do FOMO (fear of missing out – medo de ficar de fora), um dos sintomas da nossa sociedade acelerada, resgato uma máxima de grandes personalidades do mundo dos livros – Umberto Eco e Nassim Taleb. A lista infinita de leituras contempla possibilidades de novos conhecimentos e universos. Isso é empolgante! Como disse recente a escritora espanhola Irene Vallejo para o Alex Castro: “Comprar livros é uma forma de afirmar a esperança que viveremos o suficiente para ler tudo que nos interessa. Uma ilusão, claro. Mas uma forma de otimismo.”  

Fecha parênteses.  

Ney Matogrosso: vira-lata de raça (Tordesilhas, 2018) 

Comecei o ano lendo Ney. Movida, principalmente, pelo fato de ter ido ao show “Bloco na rua”, realizado em novembro de 2023, na Concha Acústica, em Salvador (BA). E que delícia foi fazer essa leitura apreciando o verão. Eu acho o Ney bem solar!  

Ney viveu de tudo um pouco. Se permitiu viver e experimentar muita coisa. Algo que achei interessante foi o trabalho do biógrafo e editor, o Ramon Nunes Melo. Ele utilizou o conceito de biografema, do Roland Barthes, com o objetivo de “atentar-se para o detalhe e a potência daquilo que é ínfimo e impreciso numa vida, não somente a pretensa precisão das grandes linhas historiográficas de uma trajetória” (p. 17). 

O Ney Matogrosso: vira-lata de raça não é um texto linear. Há foco em momentos, encontros, pessoas marcantes na vida do Ney. E marcante não quer dizer grandioso como estamos acostumados a interpretar. Eu amei o livro. Ney viveu e vive a liberdade de ser. Achei lindo e poderoso! 

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Violeta, de Isabel Allende (trad. Ivone Benedetti; Bertrand, 2022) 

Leitura de março de 2024 do Clube do Livro Alagoinhas. Foi meu primeiro Allende. Violeta é uma personagem que nasceu na pandemia da gripe espanhola, em 1920, e morreu na pandemia do coronavírus, em 2020. Imagine o quanto essa mulher viveu. Tudo que ela presenciou ou tudo que ela conseguiu captar enquanto não estava distraída (só lendo para compreender). É uma ficção histórica com uma saga familiar. E a partir da história de Violeta e sua família, a escritora chilena faz críticas à ditadura militar do Chile. Perfeito! 

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Futuro Ancestral, de Ailton Krenak (Companhia das Letras, 2022) 

Leitura realizada para o encontro de abril do Clube do Livro Alagoinhas. Mais um livro que reúne a sabedoria do Krenak. Eu gosto de lê-lo porque ele tem bom humor. Coloquei várias carinhas sorridentes =) ao longo da leitura. O que ficou para mim foi a lembrança urgente de que não estamos sozinhos nesta terra. E precisamos respeitar o que já estava aqui antes nós. Inclusive, se quisermos mesmo viver por aqui por mais um tempo de forma saudável. Outro ponto importante é o chamado para as alianças afetivas, uma questão de afetos entre mundos que não são iguais, o reconhecimento das alteridades.  

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A cabeça do Santo, de Socorro Acioli (Companhia das Letras, 2014) 

Uma releitura. Que gostoso é revisitar uma leitura e continuar achando sensacional. A cabeça do Santo é uma história redondinha. Muito boa de ler. Divertida em alguns momentos e com um suspense interessante de aguardar o desfecho. Para quem aprecia realismo mágico com aquele toque de cultura brasileira. Imagina parar dentro da cabeça de um santo e ouvir os pedidos das devotas.  

Já escrevi sobre o livro no blog. Leia aqui! 

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Aurora: o despertar da mulher exausta, de Marcela Ceribelli (HarperCollins, 2022) 

Eu já conhecia o podcast “Bom dia, Obvius” de nome, mas não sou o público desse tipo de mídia. Então, não conhecia o trabalho da Marcela. O livro me chamou atenção por conta do título. Quem escolheu está de parabéns. São textos com temas contemporâneos de interesse das mulheres (mas não só) e que são embasados pelo trabalho de pesquisa, leitura (Marcela é uma excelente leitora) e entrevistas feitas com especialistas no podcast. Me senti conversando com uma amiga querida sobre nossas leituras, aventuras, desventuras e aprendizados.  

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A paciente silenciosa, de Alex Michaelides (trad. Clóvis Marques; Record, 2019) 

Um thriller psicológico que me surpreendeu com o final. Capítulos curtos. Leitura que você começa, não quer parar e fica pensando na história mesmo quando não está lendo. Os temas que rodeiam a trama são bastante relacionados à psicoterapia e psiquiatria.  

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