Revisitei uma antiga crônica e dei nova voz a ela. Você pode ouvir no Spotify, ler e visualizar as fotografias que inspiraram a escrita do texto logo abaixo. E se quiser me acompanhar em outras plataformas, também compartilhei o vídeo no Instagram, TikTok e YouTube. Escolha como prefere experimentar essa pausa no seu cotidiano!
Tem uma frase do filósofo Kierkegaard que eu gosto muito e diz o seguinte: “Se eu pudesse desejar algo para mim, não desejaria riqueza nem poder, mas a paixão da possibilidade; desejaria apenas um olho, que eternamente jovem, ardesse de desejo de ver a possibilidade”.
Eu gosto sempre de reler essa frase, de tempos em tempos, para me lembrar de vencer alguns medos, de vencer a ansiedade, de vencer o medo do amanhã, de vencer o medo do desconhecido, de me apaixonar pelo caminho percorrido até um objetivo, de me apaixonar pelo processo e de me apaixonar pelas possibilidades da vida.
Uma vez, eu estava na praia e observei a cena de duas crianças brincando na beira do mar. Elas brincavam de bonecas. Em um determinado momento, elas resolveram dar banho nas bonecas utilizando uma bandeja. Elas começaram a tentar encher a bandeja de água no mar. Mas a bandeja era rasa, então na volta não restava água suficiente para dar banho nas bonecas.
Eles fizeram o percurso de ir até o mar encher a bandeja d’água umas cinco vezes. Cinco vezes. Sorrindo. Algumas vezes colocando um a culpa no outro. Tentando mudar a estratégia de encher a bandeja, de segurá-la, de voltar com mais calma. Mas o mar é imprevisível. Eles levavam tombos. E riam. Eles se divertiam.
Eu observava a cena, junto com meus amigos, rindo também. Que divertido era observar a perseverança dos destemidos.
Quando eles finalmente conseguiram encher a bandeja d’água, o banho nas bonecas durou uns dois minutos porque eles já estavam empolgados com outra aventura, com outra possibilidade.
Desejei a perseverança daqueles pequenos destemidos e desejei também aquela alegria ingênua dentro do mar para conseguir encher a bandeja d’água. E pensei, às vezes, é disso que a gente precisa para viver: perseverança, coragem, alegria.
Não sabemos o que vai acontecer amanhã. Não sabemos o final do caminho que estamos percorrendo para alcançar um objetivo. Mas a gente pode continuar lutando pelo que acredita, com vontade, alegria, aproveitando e aprendendo com o processo.
Devemos preservar a paixão pelas infinitas possibilidades de caminho, de existência, que a vida nos proporciona. Aquele friozinho bom que surge na barriga, não de medo, mas de alegria, empolgação, paixão, por algo que não sabemos exatamente o que é, mas que bom que pode ser algo.


Todo conteúdo deste espaço é de autoria de Jeniffer Geraldine. E se não for estará sinalizado com o devido crédito. Gostou de algo aqui e quer espalhar por aí? Por favor, dê os créditos! E é proibida a reprodução para fins comerciais. Qualquer dúvida, entre em contato por e-mail.