Se quiser me acompanhar em outras plataformas, também compartilhei a video-crônica no Instagram. Escolha como prefere experimentar essa pausa no seu cotidiano!

A vida contemporânea acelerada nos coloca em um modo padrão que é o automático. A gente só diz sim e segue o bonde. Se não fizermos isso entramos em outro bonde, o dos perdedores, aqueles que estão perdendo alguma coisa – ótimas oportunidades de negócios, ótimas oportunidades de contatos, as super novidades do momento.
Um dia, numa tentativa criativa de fazer um perfil sobre mim, escrevi: a vida é uma janela aberta onde eu gosto de ver o tempo passar sem pressa. Eu leio essa frase e penso naquelas cidades do interior, que a gente encontra quando viaja de carro, e sempre há alguém na janela observando a vida passar (eu imagino). Numa dessas viagens, encontrei um cachorro fazendo isso. E outro dia assistindo o filme “Maudie: Sua vida e sua arte” sobre a artista Maud Lewis, há uma cena em que ela diz: “Eu amo uma janela. Um pássaro passando. Uma abelha. Sempre é diferente. A plenitude da vida já enquadrada. Bem ali”.
Hoje as janelas são telas coloridas e interativas. E sei também que muitas das nossas janelas em casa dão para prédios gigantes ou para a vida do vizinho. Quase nada supera uma janela à moda antiga. Exceto se começarmos a abrir outras janelas no nosso dia. Em vez de o celular em uma rede social com discursos de ódio, fofoca e discussões sem fim, um livro. Em vez de o noticiário que desespera, uma música de Caetano. Em vez de checar o e-mail a cada instante, tomar sol e se exercitar.
O ritmo acelerado só nos traz a sensação de que o tempo passa rápido demais e a gente nunca está fazendo o que deveríamos fazer. Assim como estamos mais preocupados com riscar itens de uma lista de tarefas do que experienciar. Experienciar é realizar com consciência do fazer. É mais intenso e vívido. É a tal da arte do viver.
Tente achar uma janela hoje e sente para ver a vida passar sem pressa.