O visitante Sereno

Um dos pontos positivos de morar em casa de bairro é que ainda temos algum tipo de contato com a natureza. Dia desses, presenciei duas lagartixas brincando no quintal. Costumo receber visitas de gatos. Sou sempre surpreendida com as borboletas. Tenho espaço para plantas e fico encantada com o florescer de quem eu menos esperava. Recebo visitas de passarinhos que se acostumaram a comer a ração dos gatos. E, em uma manhã de um dia de semana, recebi a visita de Sereno. 

Percebi uma agitação incomum no pátio de casa. Um tec, tec diferente. Não parecia o barulho dos gatos comendo ração, nem dos pássaros maiores que filam a boia dos gatos. Levantei-me da mesa de trabalho e fui conferir. Era um passarinho amarelo. Muito fofo e exibido! Ele passeava cantando pelo pátio. Pousava nas grades. Apoiava as patinhas no vaso para beber água. Beliscava o restinho de sachê dos gatos. E tentava mordiscar a ração seca. Cheguei pertinho dele. Quase o peguei. Percebi a delicadeza do seu bico cor-de-rosa alaranjado. Achei que ele estava bastante à vontade. Então decidi pegar o celular para fazer alguns registros. E foi aí que ele começou a se exibir mais ainda. Que danado! 

Resolvi perguntar para a Peps (a IA) se ela conseguia me ajudar a reconhecer o pássaro da imagem. E ela prontamente me respondeu: 

O pássaro da imagem é um canário doméstico, também conhecido como canário-do-reino ou canário-belga, de nome científico Serinus canaria domestica. Sua plumagem amarela, tamanho pequeno e formato são características típicas dessa espécie criada tradicionalmente como ave de companhia no Brasil e no mundo. 

Serinus canaria domestica. Vou chamá-lo de Sereno. Se você entende mais de animais e não alucina tanto quanto a IA, por favor, não me corrija. Às vezes, a beleza cabe nas meias verdades. 

Fiquei feliz com essa visita diferente, inusitada, que trouxe uma beleza a mais para meu cotidiano. É tão raro, hoje em dia, a gente ouvir o canto dos pássaros. Sei que tem gente que acha irritante. Eu prefiro o canto dos pássaros ao som do paredão que toca a mesma música sem sentido desde as três horas da tarde deste dia em que resolvi lembrar da visita de Sereno. 

Volta, Sereno! 


Crônica também disponível no formato de vídeo:



Publicado originalmente na newsletter Notas da Vida de Jeniffer Geraldine.

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