Gosto sempre de ler algum livro de desenvolvimento pessoal. Muita gente deixa esse tipo de conteúdo de lado porque considera autoajuda e tem preconceito com a categoria. Mas, por experiência própria, sei que no meio de algumas receitas milagrosas há sempre aqueles livros que se destacam e trazem mensagens e dicas interessantes.
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Além de acreditar que é preciso ler, qualquer coisa, com um olhar crítico. Nem tudo que está em um livro devemos considerar verdade absoluta, assim como também não devemos iniciar uma leitura cheios das nossas verdades absolutas. O interessante é sempre ler para nos abrir às novas possibilidades.
A última leitura que fiz dentro da categoria de desenvolvimento pessoal foi o “Trabalho Organizado”, da Thais Godinho. O livro traz dicas eficientes para organizar o trabalho – seja lá de que tipo for (apliquei muita dica na minha rotina de trabalho com estudo/pesquisa). E faz refletir sobre estresse, sobrecarga de trabalho, e ser multitarefa. Outros pontos pertinentes, para os dias hiperconectados, são as sugestões do uso consciente do e-mail e aplicativos de mensagens rápidas, como WhatsApp.
A Thais Godinho nos estimula a ver as tarefas diárias com propósito e leveza. E assim eu venho aprendendo que: organização não é apenas deixar tudo sempre limpo, a mesa do escritório impecável, e nem fazer um bulletjournal lindo, mas deixar as coisas no lugar que faça sentido para você e que otimize a rotina; e ser organizado não é engessar a rotina e sim “um meio para que tenhamos mais qualidade de vida”.
“Planejar faz parte da nossa vida e é tão importante quanto qualquer outro tipo de atividade. Não é algo para fazer “se der”. É algo para fazer justamente “para dar”! Para ter tempo, para antecipar as coisas, para não sair atropelando tudo e fazendo de qualquer jeito.”
A proposta é dedique-se ao seu trabalho, mas também à sua vida como um todo, saúde, família, projetos pessoais, casa. Você não é apenas as múltiplas tarefas que precisa dar conta ao longo da semana, você é mais que isso e a organização e o planejamento podem te ajudar a pensar a vida no macro.
Depois que li “Trabalho Organizado”, comecei a leitura de “Pensar é transgredir”, da Lya Luft. O livro é um compilado de textos da autora e um deles tem o título de “Agendar a vida”. Foi como se tivesse encontrado uma versão mais simplificada, literária e filosófica do “Trabalho Organizado” (ou do “Vida Organizada”, outro livro e também o blog da Godinho).
Lya Luft diz que “agenda pode ser tormento e prisão. Mas pode ser liberdade, se a gente inventar brechas”. As brechas são passeios, ler, ver filme, tomar vinho sozinho ou com alguma companhia, sair com os amigos, ouvir música, ir à praia. Assim como agendamos compromissos “sérios”, devemos também agendar os compromissos mais leves. Fazer esses respiros, essas brechas, na semana agitada que o mundo nos faz ter. Porque sabemos que nem sempre é opção viver num ritmo frenético muitas vezes é questão de necessidade.
Mas o mundo vem acelerado e a gente tem que aprender a parar, olhar em volta e dizer: calma aí, irmão, eu vou sentar aqui, respirar um pouco, e ver esse filme. Tem momentos que é preciso fazer esse contrafluxo. E muitas dessas paradas também é questão de necessidade.
Para ter essas brechas sugeridas pela Lya Luft, é preciso se organizar e planejar. Quando você estiver lá sentado no sofá com a caneca de cerveja na mão, estará fazendo apenas isso porque dentro da sua agenda da vida aquela é a hora de fazer exatamente isso. E todo o resto deve estar minimamente sob controle. Esse é o cenário ideal, sem procrastinação, sem culpas. E que é possível de acontecer, cada um dentro dos seus limites e gostos. O que a gente não pode esquecer de fazer é de viver além de prazos e demandas.
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