Vi na Netflix: Nada Ortodoxa e Carbono Alterado

Hoje quero compartilhar e indicar duas séries que vi na Netflix.

NADA ORTODOXA

Nada Ortodoxa é uma minissérie lançada em 2020 pela Netflix e inspirada em livro de mesmo nome escrito por Deborah Feldman. É uma história inspirada em fatos reais sobre uma garota que foge de uma comunidade judaica.
Eu gosto muito de produções que me apresentem modos de viver diferentes do meu. Já havia visto alguns episódios em séries policiais sobre comunidades ultraortodoxas, mas nunca havia visto algo totalmente focado nessas comunidades. Fora que autobiografia de mulheres subversivas me interessam demais.
Nada Ortodoxa traz 4 episódios sobre uma garota e sua comunidade ultraortodoxa em Nova York. A comunidade hassídica é formada por descendentes dos sobreviventes do holocausto. Esther Shapiro é a personagem principal, mas não quero falar muito sobre ela. Vou apenas  repetir uma fala que a personagem diz para o seu marido: “eu não sou como as outras garotas (da comunidade)”.  A atriz que interpreta Esther é israelense e se chama Shira Haas. Ela é super expressiva e maravilhosa.
A produção da série é algo espetacular. Percebi que eles foram muito respeitosos ao retratar nas telas a comunidade. Não vi um julgamento ou uma tendência de vilania. É uma comunidade extremamente religiosa e patriarcal. Há imagens lindas de Berlim e um figurino perfeito. A língua falada é o iídiche – temos então a oportunidade de ouvir um idioma bem diferente do que ouvimos habitualmente nas produções audiovisuais.
A série me fez lembrar da proposta de um feminismo global que ultrapasse as barreiras geográficas e lute pelo direito de todas as mulheres do mundo. Eu assisti também o making of da série e fiquei ainda mais interessada em tudo. Sem dúvidas, uma das melhores séries de 2020.

CARBONO ALTERADO

Carbono Alterado é um thriller de ficção científica, baseado em livro de mesmo nome do escritor britânico Richard Morgan, que estreou na Netflix em 2018.
Por que eu vi essa série? Eu simplesmente fiz um quiz para saber qual série ver na Netflix. E duas foram indicadas que eu ainda não tinha visto, Dark e Carbono Alterado. O mais interessante é que o quiz acertou em cheio porque eu amei a série. E maratonei bem feliz.
Carbono Alterado se passa no século XXV e, devido a grande inovação tecnológica, é possível que a consciência de uma pessoa seja armazenada num cartucho e passe de um corpo para outro, após o corpo, a matéria, ter sido danificada. Imagine que a morte é adiada o máximo possível e existe o desejo da vida eterna. A sua consciência pode passar por corpos ou capas de diversos formatos, cores e idades, ou se você for muito rico, pode criar clones do seu corpo e armazená-los. A morte que eles chamam de real só existe quando esse cartucho é totalmente destruído.
O personagem principal se chama Takeshi Kovacs (o maravilhoso ator Joel Kinnaman), um ex-militar de elite, que é reencapado num corpo situado em Bay City, a antiga São Francisco. Takeshi é contratado por um magnata para descobrir sobre seu assassinato.
Gostei das reflexões que a série me trouxe sobre o chamado pós-humano, o humano aperfeiçoado pela tecnologia, e a discussão sobre a vida eterna. E também a discussão sobre a validade da matéria ou da reposição da matéria. O corpo é descartável em Carbono Alterado. O que importa é a consciência. Então você ser uma criança num corpo de um idoso, ou uma mulher num corpo de um homem, pode causar certa estranheza no início, mas depois o que vale para todos é a reconexão com quem se foi. São questões bem complexas e filosóficas. Você gostaria de viver em um mundo em que é possível viver para sempre? É possível dissociar corpo e mente/ corpo e consciência?

Conteúdo em vídeo:

O conteúdo é o episódio 3 do JGCast. Confira nas plataformas abaixo:

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