Sobre a leitura de Virgin River: Um lugar para sonhar

Finalmente comecei a leitura da série de livros Virgin River, da autora norte-americana Robyn Carr

Você já deve saber que uma das minhas séries favoritas é Virgin River, da Netflix. E desde quando a série foi lançada, em 2019, que eu faço aquela resolução de ano novo de ler os livros. No total são 21 livros! E eu ficava adiando o início dessa empreitada porque não tenho um bom histórico de engajamento com série de livros. Me dê 15 temporadas de uma série policial, mas não me venha com 21 livros. Não sei explicar o porquê. Só sei dizer que por conta disso estava deixando de lado a leitura de boas histórias. E também confesso que não queria cair na treta de livro x filme/série. Além de ficar naquela nóia de “já vi o filme/série, então para quê ler os livros?”. Tudo bobagem! São linguagens diferentes e que nos transportam para a narrativa também de formas diferentes. 

Para a neurocientista Maryanne Wolf, um dos processos evocativos da leitura profunda é a capacidade de formar imagens. Você imagina o cenário, as personagens, a partir das pistas deixados pelo/a autor/autora no livro. Já através do cinema e da produção audiovisual nós temos contato com um pensamento e imaginário articulados por outras pessoas. E transportamos esse pensamento e imaginário para os livros quando fazemos a leitura após ver a adaptação para as telas. É aquele famoso caso de ler com a voz do ator/atriz que “deu vida” à personagem.

Foi exatamente isso que aconteceu comigo quando li Virgin River – um lugar para sonhar. Apesar de Robyn Carr fazer a descrição das personagens e da cidade, eu não conseguia deixar de imaginar a Mel no corpo da Alexandra Hetherington e na voz da dubladora brasileira Mariana Torres. A cidade Virgin River no livro parece muito mais estruturalmente debilitada (risos) do que na série da Netflix. Tanto no livro quanto na tela, a cidade passa aquela imagem de conforto e aconchego, porém no livro ela parece bem mais aquela cidade de interior abandonada pelas políticas públicas. 

Foi uma delícia fazer essa leitura. Era o que realmente precisava. A série da Netflix já tem 4 temporadas e até há piadas sobre a passagem do tempo. Mas, na verdade, as 4 temporadas correspondem apenas ao período de um ano. Já a autora Robyn Carr escreveu um livro para cada personagem ou pequeno núcleo de personagens. O livro 1, Virgin River – um lugar para sonhar, é focado no drama da enfermeira obstetra recém-chegada na cidade Mel e o fuzileiro Jack. Conhecemos superficialmente outros personagens que fazem parte da vida do casal, mas a narrativa é centrada no passado e presente dos dois. Cá para nós, toda aquela enrolação que tem na série de TV, não tem no livro. Robyn adianta o lado para fechar o drama do casal e chegar no tão sonhado “felizes pelos próximos dias”. 

Eu tinha prometido que só iria começar o livro 2 no próximo mês, mas não aguentei e virei logo a primeira página do Um refúgio nas montanhas, que conta a história de Preacher e Paige. E detalhe: já finalizei.

Volto depois para contar! 😉 


Na Amazon – Virgin River 01 – Um lugar para sonhar

Na Amazon – Virgin River 02 – Um refúgio nas montanhas

Crônica: Hábitos ensaiados | Inspirada na série Virgin River

Espalhe por aí:

Deixe um comentário:

4 comentários em “Sobre a leitura de Virgin River: Um lugar para sonhar

  1. Eu confesso que tenho dificuldades de ler um livro depois de ver um filme baseado nele justamente por afetar essa construção do imaginário da história. O contrário, entretanto, não me afeta. Por isso, adio ver muitos filmes cujos livros me interessam hahahaha. E sim, filme e livro são obras diferentes, mas a leitura após um audiovisual é complicado pra mim.

    Eu li Mulherzinhas (aliás, título horrível, ao invés de discutir Wandinha, o povo tinha que se manifestar sobre esse crime aqui hahahaha) e a primeira parte foi beeem arrastada pra mim. Aí lançou o filme, fiquei tentada em assistir, mas resisti. Acho que se tivesse assistido, tinha desistido do livro naquele momento. Mas depois o livro me conquistou mais e foi bom terminá-lo. Agora estou tranquila pra ver o filme.

    Abraços! 🙂

    • Eu ri alto da discussão do título hahahaha
      Eu não aguento e sempre vejo filme e série. Agora vou me arriscar sempre e mesmo assim ler o livro depois.
      Mulherzinhas eu já vi o filme (gostei!) e o livro segue na minha lista. Ainda quero ler!
      Bjão

  2. Pingback: Leituras marcantes de 2022 - Jeniffer Geraldine - blog

  3. Pingback: Desacelerar a rotina: o que faço por aqui - Jeniffer Geraldine - Vida e Cultura