O quadro “Cafezinho” é para compartilhar com vocês bons conteúdos que encontro na internet e fora dela.
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Hoje tem estreia do VOCÊ DECIDE.
A ideia é que você me ajude a escolher a próxima leitura e também o que devo ver em série, filme e documentários para depois conversarmos sobre.
LIVRO: O que é lugar de fala? (Djamila Ribeiro) OU Feminismo em comum (Marcia Tiburi)
FILME: Tão forte e tão perto OU Eu, Daniel Blake
DOCUMENTÁRIO: Humano, uma viagem pela vida OU What happened, Miss Simone?
SÉRIE: Pequenas grandes mentiras OU This is us
Uma semana de livros novos – ô coisa boa!
Finalmente criei coragem para reorganizar minha estante de livros.
Confira no vídeo a nova organização e um tour pela estante e homeoffice.
Finalizada a retrospectiva de março, hora de planejar abril.
Confira no vídeo os livros que estão NA CABECEIRA: o que estou lendo, o que pretendo ler em abril, e os livros novos da estante.
Cartas secretas jamais enviadas & Últimas mensagens recebidas
Hoje tem os favoritos do mês para finalizar a retrospectiva do mês de março.
Veja no vídeo os favoritos nas categorias: livro, filme, série, documentário e conteúdo.
Filmes e documentários que vi em março
Jane Austen é feminista | Canal Conexão feminista
Reportagem sobre a palavra “novinha”
Do acarajé à cajuína: os sabores que preservam a história do Brasil
Mais um vídeo de retrospectiva de março. Dessa vez compartilho as séries que vi durante o mês.
Tive uma boa surpresa com uma minissérie britânica da Netflix, Collateral. E, enfim, me apaixonei pela Jessica Jones, após ver a segunda temporada da série.
E você que série viu nos últimos tempos? 😉
Hoje tem mais um vídeo da retrospectiva de março. Dessa vez compartilho os filmes e os documentários que vi durante o mês.
Teve filme de super-herói, dois filmes inspirados em livros de sucesso, e conheci duas mulheres incríveis através de documentários.
Primeiro vídeo da retrospectiva de março/2018. Hoje compartilho os livros lidos no mês.
Não consegui ler tudo que planejei para o projeto Leia Mulheres no mês de março, mas faz parte. Mudei algumas leituras, li mais um romance do Jorge Amado e um livro do filósofo italiano Giorgio Agamben.
Os homens explicam tudo para mim
Cartas secretas jamais enviadas & Últimas mensagens recebidas
Eu finalmente li o “A louca da casa”, da escritora e jornalista espanhola Rosa Montero. E hoje quero bater um papo com vocês sobre a minha experiência de leitura, o que ficou desse livro em mim, o que ele me fez pensar sobre a vida.
Ou seja, não é uma resenha, é um papo sobre “A louca da casa”.
Eu não fazia ideia do que era esse livro, mas sempre tive vontade de ler por causa do título “A louca da casa” e dessa capa que eu acho vibrante, impossível que não chame atenção em qualquer prateleira.
Lendo descobri que é um grande ensaio sobre a literatura, a narrativa, o ser romancista/escritor, mas também é sobre a louca da casa, que é como a Rosa chama a imaginação, o ponto de partida da maioria das narrativas e o que move muitos escritores. Além também de ser um livro sobre loucura, paixões amorosas e, é claro, a vida da Rosa Montero. Ele é autobiográfico, se nós leitores acreditarmos que a Rosa é uma narradora confiável.
O livro é dividido em 19 partes, sem títulos. Há muitas histórias sobre a vida de outros escritores, inclusive muitos clássicos, para exemplificar os temas abordados. E também episódios curiosos e engraçados da vida da autora, já que como ela mesma diz suas lembranças são organizadas em torno de namorados e livros.
Vou compartilhar com vocês alguns pontos que me chamaram atenção ao longo da leitura:
Por acreditar que literatura é vida, Rosa também diz que todo ser humano é um potencial narrador e romancista. “Nós nos mentimos, nos imaginamos, nos enganamos” durante toda a vida, e somos autores de um romance único que vamos escrevendo ao passar dos dias e que assumimos o papel de protagonista. Concordo demais, e se levarmos essa possibilidade de cada ser humano ser um romancista, um grande narrador da própria vida para o nosso momento atual, em que vivemos conectados, podemos dizer que criamos narrativas diárias nas redes sociais, sobre quem somos e como vivemos.
Meu Deus, sim! A casa é nosso corpo, nossa existência. E a louca desse lugar é a imaginação. Eu tenho uma imaginação muito fértil. Eu olho para pessoas, coisas, momentos, até fotografias, e invento narrativas. Às vezes é bem complicado conviver com tantas ideias na cabeça, que estou pensando seriamente em passar a escrevê-las.
Rosa também fala de como vamos limitando nossa imaginação à medida que vamos crescendo porque ficamos naquela ideia de que imaginar, dar asas a imaginação, é coisa de criança. Então de certa forma, ser romancista é deixar um pouco viva essa criança que fomos um dia e conviver bem com a louca da casa.
Há um compromisso ao escrever. Rosa diz que o escritor deve “permanecer sempre alerta contra o senso comum, contra o preconceito próprio, contra todas ideias herdadas e não questionadas que se infiltram insidiosamente em nossa cabeça”.
Olha que fantástico isso: “permanecer sempre alerta…contra todas ideias herdadas e não questionadas que se infiltram insidiosamente em nossa cabeça.”
Acredito que é um compromisso do escritor, mas é um compromisso de qualquer pessoa que deseja olhar para o seu tempo, seu lugar, de forma crítica. Trazendo para o hoje e também para a realidade de quem não é escritor, vivemos um momento de fake news. Por que as pessoas recebem uma notícia e não a questionam, não buscam outras fontes, não checam? Preguiça de pensar e de desejo de permanecer na zona de conforto com suas próprias ideologias e verdades.
Muitas das pequenas ou grandes revoluções começaram por conta de um questionamento. Escrever é um ato político, e ler também é. Fiquei pensando bastante nessas questões quando Rosa falou sobre o compromisso da escrita.
Na parte 13 do livro, Rosa vai admitir que é anti-sexista por conta do peso semântico que o feminismo tem, mas respeita os movimentos feministas e também se considera uma feminista e usa essas palavras por reconhecer a importância histórica e atual dos movimentos.
Essa parte do livro é muito boa porque também ela vai comentar sobre duas perguntas que não aguenta mais responder: existe uma literatura de mulheres? Prefere ser jornalista ou escritora?
O peso semântico do feminismo é forte mesmo. Muitas pessoas só de ouvirem a palavra já abominam os movimentos e não gostam do feminismo porque atribuem um significado com base no senso comum: é a oposição ao machismo, é a mulher dominando o mundo. Sendo que não é. É uma luta por equidade. É uma luta como diz a Simone de Beauvoir para que a mulher seja não seja o outro, o que vive a margem, subalternizado, o segundo sexo. Além de ser uma luta que questiona a cultura machista que impõe também estereótipos sobre o ser homem.
A parte 16 também me chamou atenção. A Rosa traz algumas mulheres que abdicaram da vida própria para viver em função dos seus maridos escritores e que ainda eram vistas como megeras e loucas. Ela chama inclusive as esposas dos escritores de uma “antiga instituição literária”, que felizmente está em processo de extinção. Ela fala muito de Fanny, esposa de Robert Louis Stevenson (autor de O médico e o monstro) e Sonia Tolstoi, esposa de Leon Tolstoi.
É só um exemplo de que durante muito tempo a mulher foi sempre vista como parte da vida de um homem e não alguém com vida própria. O homem tinha direito pela vida da mulher.
Aqui também acho interessante ler “O teto todo seu,” da Virginia Woolf, e “Os homens explicam tudo para mim”, da Rebecca Solnit.
Links citados:
Amazon: A louca da casa | Os homens explicam tudo para mim | Um teto todo seu
Os homens explicam tudo para mim
Documentário The mask you live in
Exposição O Sertão de João Machado
Espalhe “A louca da casa (Rosa Montero)” por aí! 😉