“Quem matou?” – tem gente que resume o gênero policial a essa pergunta. Mas todo verdadeiro fã sabe que a resposta para essa pergunta é só um detalhe diante do todo o suspense, mistério e investigação.
O que me motiva a consumir uma produção policial é o mistério, a construção e desconstrução de teorias, o caminho percorrido até descobrir quem matou. Existe um quebra-cabeça e precisamos juntar todas as peças. É também como se estivéssemos em um labirinto em busca de uma saída e quem está ao nosso lado é uma figura esperta, inteligente e quase sempre excêntrica, o detetive.
“O gatilho da narrativa é o crime, mas o que a mantém viva é o enigma, e isso força a entrada em cena de um personagem: o detetive. É o detetive quem montará as peças do quebra- cabeças, é ele quem arriscará a própria pele para completar as lacunas da história. Precisamos desse personagem para chegar até o final, pois é ele quem vai responder as perguntas que fizemos. É assim desde o primeiro assassinato: “Caim, que fizeste com seu irmão?” Ora, se até o Todo Poderoso precisava de detalhes, imagine os pobres mortais…”
Em 2014, os jornalistas Ana Paula Laux e Rogério Christofoletti, sob pseudônimo de Chris Lauxx, lançaram “Os maiores detetives do mundo”, uma enciclopédia, no formato e-book, que reúne 60 perfis de detetives da ficção, informações sobre seus criadores, bibliografias, as adaptações para TV e cinema, e curiosidades.
“Nunca me casarei, para que isso não perturbe minha capacidade de julgamento” (Palavra de detetive – Sherlock Holmes)
Dividido em 13 capítulos, o leitor faz uma viagem na linha do tempo do universo policial começando pelo primeiro detetive, Auguste Dupin, criação de Edgar Alan Poe, em 1841, até chegar no detetive sueco Joona Linna criado em 2009 por Lars Kepler, pseudônimo do casal de escritores Alexander e Alexandra Coelho Ahndoril. Mas durante essa viagem passamos por nomes super conhecidos da literatura policial, como Sir Arthur Conan Doyle e Sherlock Holmes, e Agatha Christie.
Encontramos também figuras como a Pantera Cor de Rosa, Guilherme de Baskerville (detetive de “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco), Batman, Scooby Doo, James Bond, Scully e Mulder (Arquivo X), House e alguns detetives brasileiros, como o delegado Espinosa, criado por Luiz Alfredo Garcia-Roza, e Remo Bellini, detetive que mora na Avenida Paulista e é alter-ego do guitarrista da banda Titãs, Tony Bellotto.
“É uma verdade que todo mundo mente. A única variável é sobre o quê.” (Palavra de detetive – House)
“Quando a coincidência é muita, desconfie da coincidência.” (Palavra de detetive – Delegado Espinosa)
A leitura flui e é fácil perceber que o trabalho foi feito por pessoas realmente apaixonadas pelo tema. Todo fã de ficção policial deve ler essa enciclopédia. Quem nunca leu nada do gênero, mas tem vontade de conhecer, o e-book pode servir como um catálogo, já que é dividido em capítulos temáticos. E caso seja um leitor mais metódico, ao final do livro está disponível uma linha do tempo com todos os detetives, de 1841 até 2013.
Os autores falaram no início do livro que “Os maiores detetives do mundo” é uma homenagem a todos os detetives. Eu concordo e ainda digo que é também um presente para todos os fãs do gênero.
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Gostei do post! Vou guardar para consultas futuras <3
Aê! <3
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