O legado de Capitu

Um livro com o título O legado de Capitu deveria chamar atenção de todo fã de literatura brasileira e principalmente dos fãs de Machado de Assis. Eu como me encaixo nas duas categorias, resolvi ler a obra escrita pelo poeta e crítico literário Flávio Aguiar, que tem coedição da Boitempo e e-galáxia.

Costumo dizer que a história de Capitu e Bentinho é um dos mistérios literários mais interessantes que existe. E o Flávio brinca com esse mistério no seu primeiro romance policial, O Legado de Capitu.

O professor universitário aposentado Edmundo Wolf vive em Berlim enquanto continua suas pesquisas sobre literatura brasileira. No meio da noite, ele recebe um telefonema de Aroeira, um policial federal aposentado e atual agente da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), pedindo ajuda para investigação de um possível escândalo envolvendo um senador e seu inimigo político, um deputado federal, o desaparecimento de um jornalista e integrantes da maçonaria.

Acontece que o senador estava sendo chantageado pelo deputado por conta de algum segredo do passado da sua família. O senador querendo se precaver dos acontecimentos, pediu que Arruda, um amigo jornalista, investigasse a fundo os acontecimentos e durante a investigação o jornalista desapareceu. O agente da ABIN encontrou uma pista no apartamento do rapaz dizendo que eles deveriam tomar como base o legado de Capitu para descobrir o passado da família do senador.

O jornalista Arruda foi aluno do professor na USP e o Legado de Capitu tinha sido o seu trabalho para matéria. Por isso o Aroeira havia procurado Wolf. A partir desse momento as investigações começam: qual o segredo da família do senador? qual o legado de Capitu? onde estaria Arruda?

Para ajudar o senador e, de acordo com Aroeira, o Brasil, o professor Wolf precisava ser uma espécie de Sherlock Holmes da literatura. Somos levados a descobrir mais sobre a vida e hábitos do professor boêmio, especialista em Machado de Assis, ao mesmo tempo que vamos analisando criticamente a obra Dom Casmurro e seus personagens.

… que ler não era só passear pelas palavras de um livro. Podia ser um mergulho. Uma decifração.

Mas não achei a obra toda excitante porque, além da investigação sobre o legado de Capitu, há outras pequenas tramas no desenrolar da narrativa que aparecerem para quebrar o clima central da investigação, como por exemplo um romance.

Além dos personagens de Dom Casmurro, são citados também outros títulos e personagens da literatura. Com destaque para dois personagens importantes do gênero policial, Sherlock e Mycroft Holmes.

É uma leitura interessante e divertida, em certos aspectos. Flávio Aguiar transforma o crítico literário em detetive e faz o leitor revisitar uma das principais obras da literatura brasileira.


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