Notas do mês de março são pequenos acontecimentos do meu mês que eu gostaria de compartilhar. A ideia é fazer um resumo mas sempre destacando alguns itens, categorias ou dicas que acredito que são relevantes para quem me acompanha.
Março foi um mês atípico, afinal o Brasil (ou parte dele) precisou colocar em prática o isolamento social para tentar reduzir o risco de transmissão do COVID-19, o coronavírus. Foi necessário reaprender a ficar em casa, assim como buscar novas formas de comunicação, lazer e trabalho. Acredito que foi um mês bastante ansioso para muita gente, não apenas pelo fato do medo mas também por conta desse estado de isolamento.
Logo nos primeiros dias minha rotina foi toda bagunçada. Existia também a necessidade de informação que muitas vezes gerava ansiedade e preocupação extrema. E aquela angústia de não saber quando tudo isso vai acabar, se estamos fazendo realmente o necessário para nos proteger e proteger o outro. Foi louco! Eu espero lidar melhor com a situação em abril.
Para as notas de março, trouxe algumas atividades que, de alguma maneira, me ajudaram a não pirar durante esses últimos tempos.
LEITURA
Torto Arado, de Itamar Vieira, autor baiano e revelação da literatura brasileira contemporânea, foi, sem dúvidas, a ficção que eu precisava para esse momento. Ler sobre Bibiana e Belonísia, e um Brasil tão próximo de mim, que tem como cenário a Chapada Diamantina, me manteve longe do consumo exagerado de informação e me fez relembrar do quanto a ficção brasileira contemporânea é potente e plural. O próximo episódio do JGCast será uma crônica sobre a minha relação de leitura com Torto Arado. Mas, desde já, digo que é uma leitura com uma prosa riquíssima para pensar sobre subalternidade, silenciamento, ancestralidade e sobrevivência.
ESTUDOS
A Casa do Saber é uma instituição que sempre traz cursos e debates com temas bastantes atuais. E seguindo aquela onda de conteúdo gratuito para ajudar a sociedade a passar por essa fase, a instituição disponibilizou acesso a plataforma on demand. O curso que escolhi foi Pensadoras e vi o módulo de Angela Davis com a professora Jaqueline Conceição e outro sobre Simone de Beauvoir com a professora Maria Lygia Quartim. Aulas maravilhosas! Eu amei muito que a Jaqueline trouxe a Angela como filosofa, como alguém que acredita na filosofia como algo vivo e que faz mudar o presente. E o curso sobre a Simone me deu ânimo para voltar a ler O Segundo Sexo, que parei de ler tem bastante tempo e já estava finalizando o livro 1.
APLICATIVO
Conheci o aplicativo Go Read, uma plataforma de revistas brasileiras. Eu sou apaixonada por revistas, então fiquei bem empolgada com o aplicativo que realmente tem um catálogo bastante atual. Eu li a edição de março da revista CLAUDIA. A edição “Mulheres que impactam o nosso amanhã” trouxe a pluralidade/diversidade das mulheres brasileiras. Tem matérias e entrevistas com mulheres negras, indígenas, deficientes, trans, velhas, gordas. Gostei muito da proposta e a revista também está linda cheia de ensaios fotográficos.
>> Site Go Read
VI NA NETFLIX
Locke & Key é uma série dramática inspirada na HQ de mesmo nome e que eu maratonei num domingo depois de Luke (do blog e podcast Um café com Luke) me indicar umas três vezes confiante de que ia gostar porque a série é a minha cara. E é sim! Eu amo séries sobrenaturais com adolescentes que fazem merda. Não é a melhor série do gênero que você vai ver e as atuações são fracas, mas tem um mistério que empolga e ajuda a passar o tempo de forma leve e alguns pequenos sustos. O mistério é a busca por chaves mágicas e a descoberta do poder de cada uma delas. Há também um segredo do passado. Então realmente me senti contemplada com essa série porque eu adoro esses quebra-cabeças.
O QUE MAIS MARCOU NO MÊS
Duas práticas me marcaram durante o mês: a leitura e o journaling, ou escrita reflexiva. Como disse quando comentei sobre Torto Arado, ler me manteve um pouco distante das redes sociais e todo excesso de informação que vem com o uso. Eu acredito que a gente tem sim que se manter informado, mas deve existir um momento para isso para que haja um consumo saudável, na medida do possível, e as notícias não afetem mais ainda nosso emocional e saúde mental.
O journaling é a prática de escrita reflexiva, o velho e querido diário. E a escrita para mim sempre teve um objetivo terapêutico. Escrever sobre esses dias de quarentena está me ajudando a aliviar a ansiedade e também a fazer um exercício diário e reflexivo de olhar para a minha rotina e encontrar algo de bom em meio ao caos.
Conteúdo em vídeo:
Bom abril!
Espalhe por aí: