O último trimestre do ano é uma loucura para quem gosta bastante de organização e produtividade. Isso porque é o período com os lançamentos de papelaria para o ano novo. Por aqui sempre fico bem tentada. Não posso mentir. E eu já caí em algumas armadilhas por conta disso. Como aquelas de comprar cadernos caros e não usar tanto quanto achei que usaria.

Eu só não caí na armadilha do planner completão de mais de duzentos contos porque eu sou um pouco indecisa na hora de comprar coisas novas. Fico pelo menos uma semana em processo de hiperfoco – pesquisando tudo sobre o que quero comprar e assistindo ou lendo resenhas. Depois desse tempo ou eu compro sem nem questionar mais nada ou simplesmente desapego – a pessoa que tem um mapa astral cheio de touro e gêmeos. E quando o produto escolhido entrar no meu radar, eu vou passar um bom tempo comprando o mesmo item e variando a cor, capa ou nem variando nada. Tenho vários produtos iguais com cores diferentes ou nem isso – meu guarda-roupa da Mônica.

Acontece que neste 2022-2023 alguma coisa mudou por aqui. E foi sobre essa mudança que eu vim contar. Sim, passei alguns dias decidindo se iria comprar um planner semanal, se continuaria com planner argolado ou se enfim compraria a agenda diária da Cícero. Decidi pela última opção. Estava super certa da compra. E todo dia ia verificar o preço, olhava com o zoom as páginas da agenda. Mas alguma coisa estava me dizendo que não seria dessa vez que ia comprar a bendita agenda diária da Cícero.

No final de setembro, finalizei meu processo de mudança de cidade e casa. Foi preciso parar e organizar minha rotina para dar conta de alguns prazos. E para isso recorri simplesmente a uma folha de papel lisa. Sem datas, sem divisões de semana ou dia. Sem aquele formato de planner. Foi uma folha que peguei para listar tudo que precisava realizar nos próximos meses. A lista foi feita checando a Agenda do Google, que considero uma ferramenta essencial no meu processo de organização pois é lá que mantenho todos os meus compromissos, lembretes e prazos. Mesmo com a ideia de trazer mais processos analógicos para meu cotidiano, não me vejo sem a agenda do Google. Funciona e não dá para abandonar algo que ajuda real/oficial na rotina. Foi aí que aconteceu a iluminação: Para 2023, eu precisava continuar com o que funciona para mim e não me arriscar com ferramentas novas e caras. E que, olhando meu histórico, serão abandonadas no armário depois de um tempo. 

Durante um bom tempo usei algo que chamo de caderno de apoio de rotina, uma ferramenta que aplicava o método bullet journal de maneira simplificada. Funcionava demais e o que eu fiz no final de setembro foi exatamente o uso desse caderno de apoio de rotina. Pronto! Não precisava mais ligar o modo hiperfoco e nem comprar nada caro porque meu problema estava resolvido. Eu até tenho 5 cadernos novos iguais no formato de caderneta com folhas lisas que são perfeitos para o método bullet journal. 

Foi libertador! Juro! Não é bobagem! É que às vezes me irrito quando entro no modo hiperfoco para comprar algo. Aproveitei também para reler algumas anotações e marcações que fiz do livro O método bullet journal. Tem sido ótimo porque da primeira vez que li não tinha a intenção de aplicar o método, apenas conhecê-lo. Agora, com essa segunda leitura, estou com o olhar para prática. Estou percebendo alguns detalhes que deixei passar. E que estão fazendo diferença no dia a dia e também no processo de otimização dos cadernos físicos por aqui.

Então, aproveito para reforçar a importância da leitura do livro do método. É nele que é possível conhecer a base sem influência de alguém para começar a prática de maneira mais simples e adaptando para sua realidade. Depois vale sim dar uma passeada pelas redes e ver como outras pessoas usam para se inspirar e adicionar algo ao seu modo de fazer o bullet journal, caso ache realmente necessário. 

Nos observar para melhorar nossas práticas e até mesmo passar a fazer as coisas como realmente queremos (e que funciona!) é algo possível quando diminuímos o modo automático e até mesmo o modo consumidor de tendências. É difícil, eu sei! Mas vale a pena!