Misto-Quente – Charles Bukowski

Meu primeiro Bukowski! E ao terminar de ler, só tive reação para dizer: que viagem!

Embarquei na história da vida de Henry Chinaski, alemão que vive nos Estados Unidos, bem na época da recessão pós 1929. Henry tem um pai autoritário e, na minha opinião, louco, uma mãe passiva e ignorante e é um adolescente cheio de espinhas e  sem habilidade para fazer boas amizades. Era um rebelde, ignorante, fazia o tipo durão, mas na real era um garoto solitário que buscava entender porque a vida era daquele jeito, tão dura com ele, e porque não tinha a sorte dos outros garotos da sua idade.

A narrativa em primeira pessoa nos aproxima de Henry e essa aproximação gera um misto de pena e cumplicidade. Por mais que suas atitudes fossem erradas, o texto de Charles  Bukowski nos faz acreditar que mais errado ainda é o mundo em que Henry vive.

Misto-Quente (Coleção L&PM Pocket) mergulha totalmente no universo masculino de forma bem crua e nua. Henry buscava liberdade  em todos os sentidos que ela possa existir. Mas essa busca foi árdua e como ele mesmo disse: “Que tempos penosos foram aqueles anos – ter o desejo e a necessidade de viver, mas não a habilidade”.

 

>> Algumas pessoas acreditam que as obras de Bukowski são autobiográficas. A edição da L&PM Pocket foi  traduzida por Pedro Gonzaga que na apresentação diz: “Charles Bukowski não é o personagem-narrador de seus textos. Seus personagens são criações literárias, invenções elaboradas e não simples colagens da vida do autor. O forte caráter autobiográfico que pode, com certeza, ser encontrado ao longo de toda obra é somente meio e nunca fim. Tanto o velho safado como Henry Chinaski, protagonista do livro que o leitor tem em mãos, são alter egos ficcionais”.

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