Malala | Documentário

No último final de semana, tirei um tempo para conhecer um pouco da vida da Malala, através do documentário “He named me Malala”, que está disponível na Netflix.

Malala é uma jovem ativista mundial que luta pelo direito à educação feminina no seu país, o Paquistão. É também a pessoa mais jovem a ganhar um Nobel da Paz. Ela recebeu o prêmio aos 16 anos, em 2014.

Através do documentário, vamos descobrindo quem é Malala, sua origem, sua família, seus ideais. De onde veio esse desejo de lutar pela educação feminina, pelos direitos civis, pela liberdade feminina.

Malala recebeu o nome de uma mulher notável que durante a guerra levantou a voz e morreu por isso. Foi nomeada pelo pai, Ziauddin Yousafzai (que por sinal também é o ganhador do Nobel), e teve seu nome escrito na árvore genealógica da família, que apesar de ter 300 anos, não havia registro de uma mulher. E a história de Malala começa principalmente ao lado desse pai, que já tinha ideias não conservadoras, entendia a importância da educação e respeitava as mulheres.

Quando tinha entre onze e doze anos, no início de 2009, Malala começou a passar informações para BBC sobre como era viver no Vale do Swat, como estava a situação naquela região tomada cada dia mais pelo poder Talibã. E com isso ela foi ficando famosa, dando entrevistas, aparecendo, se tornou um alvo porque não escondeu seu rosto, sua identidade, suas ideologias, suas lutas. Em 2012, quando estava no ônibus escolar com amigas, foi vítima do Talibã. Foi baleada na testa, ficou em coma, mas sobreviveu. E apesar da recuperação difícil, voltou a ser a Malala ou até mais forte do que já tinha sido antes.

A produção vai intercalando depoimentos da própria jovem, dos seus dois irmãos mais novos, do seu pai, mostra um pouco da sua mãe, a vida que a família tem que levar, exilados do próprio país, porque se ela voltasse, o Talibã iria tentar matá-la novamente. Temos também algumas partes no formato de animação, algumas imagens de momentos importantes da carreira de ativista, sua casa, a escola onde estuda. Mostra uma menina que apesar de ser uma ativista mundial, também fazia o dever de casa e tinha suas dúvidas, anseios, em relação a relacionamentos.

O nome do documentário é “He named me Malala” e parece responder uma questão polêmica de que Malala tinha começado a trilhar esse caminho de luta não por desejo próprio, mas influenciada pelas ideias do pai, que já era muito antes uma voz ativa na luta pelos direitos civis no Vale do Swat. E várias pessoas também falavam que ela só fazia tudo o que o pai mandava, ou dizia apenas o que o ele mandava. Queriam silenciar a voz de uma jovem garota, deslegitimar suas atitudes, e essa história, essa estratégia, a gente já conhece.

Mas Malala é muito forte, sensata, calma, atenta, a gente percebe isso através do documentário e ela soa muito sincera quando diz que o pai a chamou de Malala, mas não a fez Malala. Ela tinha feito uma escolha por uma vida de luta porque queria estudar, ler, escrever.

É interessante a gente olhar pra história da Malala e perceber as similaridades com o Brasil. Uma parte muito forte e que ficou muito em mim, principalmente por conta dos últimos acontecimentos no país, é quando perguntam ao Pai: quem atirou em Malala? E ele responde: não foi uma pessoa, foi uma ideologia.

A luta pela educação feminina é histórica, é mundial, a mulher não tinha esse direito. A luta por uma educação de qualidade, que é uma possibilidade da construção de um conhecimento crítico, é mundial. A luta por igualdade racial e de gênero é também mundial. Por isso a história de Malala nos emociona, nos inspira. A própria Malala, no seu discurso do Nobel da Paz, em 2014, disse que contava sua história não porque era única, mas porque não era a única.

Conteúdo em vídeo:

Espalhe por aí:

Deixe um comentário:

5 comentários em “Malala | Documentário

  1. Pingback: Maya Angelou, e ainda resisto - Jeniffer Geraldine | Blog

  2. Eu já li algumas coisas sobre a Malala, mas não sei muito sobre sua história. Fiquei muito curiosa para ver o documentário!
    Beijos

    • Se tem interesse em saber um pouco mais, o documentário é uma boa!
      bjão

  3. Eu amo demais essa garota! Tenho um livro dela e li com muita admiração!