Lady Bird – A hora de voar

Com roteiro e direção de Greta Gerwig, a dramédia “Lady Bird – A hora de voar” recebeu cinco indicações ao Oscar 2018. Além de já ter sido o vencedor do Globo de Ouro em duas categorias (melhor filme cômico e melhor atriz em filme cômico). E Greta entrou para a história como a quinta mulher indicada ao prêmio de melhor direção.

Gerwig  também é roteirista de Frances Ha, um dos meus filmes favoritos da vida, que aborda o início difícil da vida adulta. Já em Lady Bird temos Christine “Lady Bird” McPherson (Saoirse Ronan) na transição entre a adolescência para fase jovem adulta. O que me conquista nos filmes da Greta é justamente o enfoque dado aos momentos de transição, que são quase sempre comédias dramáticas também na vida real.

Christine não gosta do seu nome, vive em Sacramento (também não gosta de Sacramento), estuda em um colégio católico, tem um relacionamento difícil com a mãe (ambas têm um gênio forte) e deseja sair voando para longe disso tudo, de preferência para uma faculdade em Nova York.

É interessante ver como ela nega tudo o que tem. Às vezes não fazemos isso? Acreditamos que o melhor não é o aqui e o agora? É algo ainda a ser conquistado e que não está próximo de onde estamos e nem no meio em que já vivemos. Lady Bird faz exatamente isso: nega tudo. Talvez por desejo de querer sempre mais (não há problema nisso se for em boa dosagem) e também por imaturidade.

O relacionamento com a mãe é outro ponto importante na dramédia. São parecidas, possuem gênios fortes, se amam, mas uma é o desafio da outra. A mãe Marion (Laurie Metcalf) tem uma postura que é definida e defendida, até pela própria Lady Bird, como um amor severo. O zelo excessivo, a crítica, a proteção são todos sinônimos de amor. Essa relação entre mãe e filha é parte importante na história e no amadurecimento de Lady Bird.

– Por que você não pode dizer que eu estou bonita?
– Pensei que você nem ligava pro que eu acho.
– Eu ainda quero que você ache que eu estou bonita.
– Desculpe, eu estava falando a verdade. Quer que eu minta?
– Não, eu só queria… Eu queria que você gostasse de mim.
– Claro que eu te amo.
– Mas você gosta de mim?
– Eu quero que você seja… a melhor versão de você que conseguir ser.
– E se essa já for a melhor versão?

Foi divertido e emocionante acompanhar a trajetória de Lady Bird. E o mais bonito é que na hora de voar, na hora que ela consegue ser quem queria ser, ela se reconhece como Christine, a menina católica de Sacramento, o que é uma parte do que ela é.

No final fica uma mensagem que toca bastante a menina que saiu da sua cidade natal aos 17 anos (eu): Voe por aí, mas não esqueça de onde você deu o primeiro impulso para voar. É sua história, sua vida, parte do que você é e sempre será, não adianta negar.

 

– Eu li seu ensaio da faculdade, você claramente ama Sacramento.

-Eu amo?

-Bem, você escreve sobre a cidade com tanto carinho e cuidado…

-Eu estava apenas descrevendo.

-Bom, pareceu amor.

-Claro, acho que presto atenção.

-Não acha que talvez sejam a mesma coisa? Amor e atenção?

Timothée Chalamet (Me chame pelo seu nome), Saorise Ronan e a diretora Greta Gerwig durante as gravações.

Universal Pictures iniciou em 8 de fevereiro uma série de pré-estreias pagas de “Lady Bird – A Hora de Voar” pelo Brasil. E a estreia está marcada para o dia 15 de fevereiro.

 

Espalhe “Lady Bird – A hora de voar” por aí! 😉

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5 comentários em “Lady Bird – A hora de voar

  1. Pra mim o momento chave é quando ela conversa com uma freira que retruca assim:

    “Você não acha que são a mesma coisa? Amor e atenção?”

    Lindo filme

  2. Pingback: CINEMA: Lady Bird: É Hora de Voar – Um Café com Luke

  3. Adorei suas impressões Jeni, preciso assistir ao Frances Ha. O que eu mais gostei desse filme foi a relação mãe e filha, um show!!
    Abração!