Neste mês de agosto, participei do VARACAST, podcast da galera do site Pocilga, comentando sobre literatura de cura, sucesso editorial que está ganhando espaço na comunidade leitora brasileira.
No episódio comento sobre a minha experiência com esse tipo de leitura, alguns livros que já li como o famoso Bem-vindos à livraria Hyunam-dong, da sul-coreana Hwang Bo-Reum, que chegou ao Brasil através da editora Intrínseca com tradução de Jae Hyung Woo.
Recente eu li uma entrevista da Hwang Bo-Reumem em que ela diz: “Não é fácil se entender na Coreia porque as pessoas estão ocupadas demais. No entanto, os personagens deste romance, por escolha ou por circunstância, pausam para refletir sobre eles próprios”. Eu gostei do livro porque aborda de maneira bastante sensível os temas do trabalho e do burnout. Fazendo referência a outro sul-coreano, o Byung-Chul Han, a Hyunam fala sobre o sujeito do desempenho e da produção, que se auto explora. E algumas das consequências são burnout e depressão. Para mim, o Bem-vindos à livraria Hyunam-dong aborda: o que fazer depois do burnout?
Considero a literatura de cura como aquela leitura reconfortante que apresenta temas contemporâneos, mas de forma leve. Eu cheguei até o que é chamado hoje de literatura de cura – algo muito voltado para as literaturas japonesa e coreana – quando iniciei um desafio pessoal de ler leituras leves, em 2022. Na ocasião, encontrei a coleção Romances de hoje, da Editora Arqueiro, com livros de histórias de superação, ambientados em cidades pequenas com cafeteria, biblioteca e redes de afeto. Para mencionar séries, que é um dos temas centrais do VARACAST/POCILCA, são livros no estilo Virgin River e Doces Magnólias, ambas da Netflix.
O meu desejo por leituras leves veio de perceber que eu estava lendo constantemente livros densos, com temas complexos, em sua maioria obras com questões de raça e gênero. Esses são livros-temas essenciais. Hoje, encontramos muito na literatura brasileira contemporânea e são leituras incômodas. Eu senti vontade/necessidade de equilibrar, de ter, no meio do meu caminho literário, alguns finais obviamente felizes e leituras mais reconfortantes.
Você pode ouvir o episódio no Youtube, Spotify ou no site Pocilga.
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Adorei o bate papo, tive o mesmo sentimento de cansaço lendo A Biblioteca da Meia Noite, eu li na TAG Inéditos, até antes de todo o hype em torno dele.
Já li alguns livros assim, mas acho que minha leitura de conforto tá mais em ficção científica (não quelas chatas de Asimov) mas as de Ursula Le Guin por exemplo. Ultimamente tenho lido China Melville também. Tá, não são leituras super leves, mas também não são pesadissimas.
Quero muito ler Ursula. Mas sempre empaco com livros de ficção científica. Prefiro mais filmes e séries.
Tenho lido muitos posts de pessoas falando sobre o livro e ele estava no kindle aguardando. Será minha próxima leitura noturna.
Ótimo momento para a leitura!
Depois me diz se gostou.
Bj