CINELOG #1 – 3 filmes bons de 2017

 

Como nossos pais

Lançado em agosto de 2017 com roteiro e direção de Laís Bodanzky (Bicho de sete cabeças), Como nossos pais tem no elenco Maria Ribeiro, Paulinho Vilhena e Clarisse Abujamra.
A personagem principal é a Rosa, vivida por Maria Ribeiro. Através dessa personagem, o filme faz a gente pensar os papéis que a sociedade capitalista e patriarcal estabeleceu para a mulher. A Rosa sonha em ser dramaturga mas escreve textos publicitários. Cuida de duas meninas (uma pré-adolescente), lida com os segredos e problemas da mãe e as fantasias do pai. Ela tem marido e irmão. Mas Rosa não tem ajuda de nenhum dos dois. A gente percebe que não é porque ela deseja ser a supermulher, mas porque ela precisa dar conta de tudo. Do contrário, a vida de todos ao seu redor vai parar.
A gente percebe uma ansiedade e frustração. Rosa quer mais do que estão oferecendo. Ela não quer largar tudo e sair correndo. Até tem vontade, mas não faz. No meio do caos, da opressão, ela quer diálogo, quer espaço. Ela quer alguém parceiro para cuidar da casa e da família, quer viver seus sonhos, quer sexo, quer ser feliz. E ela não está pedindo nada demais.

O Castelo de vidro

Filme baseado no livro de mesmo nome da escritora Jeannette Walls que traz memórias da infância e vida da autora junto com sua família considerada disfuncional.
No filme nós temos essa família formada por um pai sonhador e alcoólatra, uma mãe artista e 4 crianças. O pai tem um lema que é “vivendo que se aprende”. Ele não acredita em educação convencional, em empregos formais e tenta levar uma vida longe do consumismo, e dos padrões comuns que vivemos na sociedade. A princípio isso pode até ser legal, mas na verdade, esse pai é uma figura autoritária em boa parte do tempo e que quer impor aos filhos o seu modo de viver. É um personagem extremamente irritante, me senti sufocada várias vezes vendo o comportamento dele com a mulher e os filhos. E ver crianças sendo privadas de boa educação, da convivência com amigos é de cortar o coração. A personagem que mais se destaca é justamente a Jeannette e seu relacionamento com o pai, ela sempre vai questioná-lo e enfrentá-lo de algum modo. Além de ser a pessoa que vai chegar pros irmãos e falar: ó, nossos pais sãos loucos e a gente precisa ficar sempre juntos para conseguir algo na vida.
É um filme um pouco longo, acho que deveria ser mais curto. E passei o tempo inteiro revoltada com o pai, mas o final é emocionante. Castelo de vidro é um drama familiar que acima de tudo vai falar sobre o perdão, sobre enfrentar os fantasmas do passado para seguir em frente.

Get Out

É um filmes de suspense/terror que vai falar sobre racismo. É a forma mais sensacional que eu vi nos últimos tempos para tratar do tema. Filme super inteligente e que prende do início ao fim. Chris é um jovem negro que vai viajar com sua namorada branca Rose para conhecer a família dela. Aparentemente a família não sabe que ele é negro. Chegando lá, a família parece lidar com o fato de Chris ser negro de uma maneira ok, mas a gente percebe que há sim estranhamento e Chris também. É uma família que tem empregados negros, que diz que votaria novamente no Obama, mas dá pra perceber um certo fetiche em relação ao negro, curiosidade, e, óbvio, preconceito.
Não posso falar muito pra não dar spoiler. Mas Get Out é um filme pra rir, tomar uns sustos, e ficar com aquela ansiedade boa que os filmes de suspense dão, sabe? E claro nos faz pensar sobre a questão do racismo.

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3 comentários em “CINELOG #1 – 3 filmes bons de 2017

  1. Get Out foi um dos melhores, na minha opinião. E não entendi como entrou na categoria de comédia nas premiações o-o

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