A dúvida dói mais que o fracasso?

Entre 2016 e 2017, eu li alguns livros que reacenderam o desejo de sair um pouco da concha, de tirar a armadura, de me mostrar mais ao mundo e ter coragem para viver alguns sonhos.

Eu li o Grande Magia – Vida criativa sem medo, de Elizabeth Gilbert, O ano em que disse sim, de Shonda Rhimes, e O que eu sei de verdade, de Oprah Winfrey. Ler todos esses livros me motivaram a fazer mudanças significativas em minha vida.

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As histórias dessas mulheres me inspiraram e continuam a me inspirar. Um outro livro que estava na minha lista de leitura na época foi o A coragem de ser imperfeito, da pesquisadora Brené Brown. Naquele ano não fiz essa leitura completa, mas fiquei de olho no trabalho da Brené.

Em abril, estreou na Netflix, o documentário Brené Brown – O chamado à coragem. Além de pesquisar o tema vulnerabilidade há anos, Brené é uma excelente contadora de histórias. A palestra traz pequenos contos para ilustrar a importância da vulnerabilidade na vida das pessoas.

Não existe coragem sem vulnerabilidade. Ter coragem de se expor, de falar sobre si, de escrever, de sair da zona de conforto, de estar aberto a receber críticas, não é fácil. Mas se abrir para tudo isso é o que faz a gente viver uma vida grandiosa. É o que faz a gente olhar a vida além da nossa janela com aquele ar curioso de quem diz: deixa eu ver como está o tempo hoje.

É bom viver na concha, protegido por uma casca, por uma armadura, mas isso limita. E como disse a Brené, pode ser ruim chegar no final da vida e se perguntar, e se eu tivesse…

Amado mais?

Viajado mais?

Largado meu emprego?

Investido no meu próprio negócio?

Filhos?

Feito aquele curso que eu sempre sonhei?

Ido morar numa ilha?

Feito umas tatuagens?

Pintado meu cabelo de lilás?

Aprendido uma arte marcial?

Vivido um pouco mais?

A dúvida pode doer mais que o fracasso. Com o fracasso a gente aprende e sempre há a possibilidade de tentar de novo. E se existe essa possibilidade, realmente existe o fracasso total?

“Vulnerabilidade não é ganhar, nem perder. É ter a coragem de se expor mesmo sem poder controlar o resultado.” – Brené Brown

Concordo com Brown quando ela diz que vivemos numa cultura do perfeccionismo e do controle. Só vale se jogar numa aventura, se ao final a gente ganhe em primeiro lugar. Só vale viver uma vida, se aos 30 anos a gente tenha estabilidade financeira, casa, carro, família com filhos. Não seguir as regras impostas por essa cultura nos faz parecer fracassados. Mas até que ponto?

Fracassar para mim é perder totalmente a vontade de viver, de tentar de novo, de se arriscar, viver eternamente preso numa caixa, numa zona de conforto. Presos não porque queremos mas porque há pessoas e estruturas nos fazendo acreditar que é impossível ir além.

Viver na dúvida alimenta incerteza, ansiedade, estresse e tristeza.

Aceitar o chamado da coragem é aceitar a impermanência, a vulnerabilidade, a vida.

 

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Livros na Amazon:

Grande Magia – Vida criativa sem medo

A coragem de ser imperfeito 

O ano em que disse sim 

O que eu sei de verdade 

 

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