Stephen King é considerado o mestre do terror. O autor possui mais de quarenta livros publicados e várias de suas obras foram adaptadas para o cinema e TV. Em 2014, King começou a publicar a trilogia do detetive Bill Hodges.
O primeiro livro chegou ao Brasil em 2016, através da Suma de Letras, com o título Mr Mercedes. A trama começa com um assassinato em massa de vários desempregados numa madrugada fria de uma cidade do Centro-Oeste. Eles estavam na fila de uma feira de empregos quando foram atropelados por um motorista dirigindo um Mercedes cinza. Oito pessoas morrem e quinze ficam feridas. O assassino? Ninguém tem notícias. O Mercedes foi abandonado próximo ao local do crime.
Quando li o relato da tragédia, fui buscar na memória se já tinha ouvido algum caso real semelhante ao narrado no livro. Não parece um fato tirado dos noticiários policiais? A partir daí, King já tinha conseguido atrair minha atenção.
Na época do assassinato em massa, um dos detetives responsáveis por investigar o caso foi Bill Hodges. Um ano depois, já aposentado, entrando quase em depressão por se sentir inútil longe da polícia e com pensamentos suicidas, Bill recebe uma carta de alguém assumindo a autoria do caso Mercedes e ainda zombando do detetive que não havia solucionado o crime. Era o tipo de incentivo que o detetive aposentado estava precisando na vida: um desafio, um mistério e a chance de solucionar um caso perdido por ele.
Os capítulos do livro são intercalados entre o detetive aposentado e o assassino do Mercedes, então logo depois que conhecemos Bill, somos apresentados ao Brady Hartfield, um jovem aparentemente normal, que tem dois empregos, e uma mãe alcoólatra. Acontece que Brady é o assassino do Mercedes. Então o suspense não gira em torno de descobrirmos quem é o serial killer mas sim na caçada que vai começar atrás do assassino e de como Bill pode impedir outro possível assassinato em massa.
O ritmo do livro é alucinante. Queremos virar as páginas e acelerar ainda mais a corrida contra o tempo de Bill para impedir outra tragédia, mas o que mais me instigou no livro foram os personagens. O detetive aposentado é um cara normal, um homem que cumpriu seu dever na polícia e agora deveria aproveitar sua aposentadoria vivendo sua vida como desejar. Mas qual vida se tudo sempre foi trabalho?
Brady Hartfield é um jovem que não teve uma infância fácil e sua ligação com a mãe nos faz lembrar do Norman Bates, de Psicose. Brady é um sociopata. Ele tem desprezo pelas outras pessoas. A sua maldade é real. É fruto do que ele acha que é injusto na sociedade, do seu preconceito e da sua inveja.
E ainda há dois personagens que vão surgir ao longo da narrativa para desempenhar os papéis de assistente do Hodges: Jerome e Holly. Jerome é um jovem negro muito inteligente e que entende bastante de tecnologia. Holly é uma mulher de mais de quarenta anos que é julgada incapaz pela família e sociedade, mas se mostra também muito perspicaz. Eles junto com Bill vão atrás do Assassino do Mercedes dispostos a salvar vidas e impedir uma nova tragédia.
O mestre do terror Stephen King deixou um pouco de lado o horror fantástico para mergulhar em um thriller policial em que o mal pode ser real e é fruto de uma mente obsessiva e psicótica. A trilogia continua com Achados e Perdidos, e O Último Turno. E você, assim como eu, vai querer ler os próximos livros.
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Espalhe “Mr. Mercedes – Stephen King” por aí! 😉
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