Uma das últimas leituras finalizadas e que fez diferença por aqui foi A coragem de ser imperfeito, da Brené Brown. Brené é uma escritora e pesquisadora norte-americana que pesquisa vulnerabilidade, coragem, vergonha. Eu acompanho o trabalho da Brené há algum tempo.
Tem um documentário com a autora, na Netflix, chamado O poder da coragem que eu adoro. A Brené se considera uma contadora de histórias. Eu acredito que para ser uma boa contadora de história, você precisa ser uma boa ouvinte. E o trabalho da autora mostra que ela é uma boa ouvinte. A sua produção sempre traz experiências de outras pessoas para enriquecer ainda mais sua escrita e pesquisa.
A coragem de ser imperfeito foi publicado no Brasil, em 2016, pela Editora Sextante, com tradução de Joel Macedo. A proposta da produção é apresentar parte da pesquisa da autora sobre vulnerabilidade, tanto que o livro recebeu como subtítulo “como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é”.
Quero dizer que o livro não tem aquela pegada clichê de autoajuda, pelo menos eu não acho que tenha. Considero realmente um livro que te ajuda na busca pela transformação pessoal. Isso, claro, se você tiver disposta a essa transformação. Livro nenhum faz mágica. A gente lê, pega os aprendizados que nos servem, e se quisermos ver a mudança acontecer, levamos para as nossas práticas diárias.
Eu aprendi muita coisa com A coragem de ser imperfeito e o trabalho maravilhoso da Brené. Vou compartilhar alguns desses aprendizados com o objetivo de te inspirar na busca de aceitação da vulnerabilidade e também te motivar a ler o livro.
O que significa viver plenamente
“[…] abraçar a vida a partir de um sentimento de amor-próprio. Isso significa cultivar coragem, compaixão e vínculos suficientes para acordar de manhã e pensar: ‘Não importa o que eu fizer hoje ou o que eu deixar de fazer, eu tenho o meu valor.” (p. 9)
Vergonha não é gerenciamento
“Quando a vergonha se torna um estilo de gerenciamento, a motivação vai embora. Quando errar não é uma opção, não existe aprendizado, criatividade e inovação.” (p.12)
3 componentes da fórmula da escassez: vergonha, comparação e desmotivação
“O sentimento de falta e privação floresce em sociedades com tendência à vergonha e à humilhação e que estejam profundamente enraizadas na comparação e despedaçadas pela desmotivação.” (p. 19)
O oposto da escassez
“[…] é o suficiente, ou o que chamo de plenitude. Em sua essência, é a vulnerabilidade: enfrentar a incerteza, a exposição e os riscos emocionais, sabendo que eu sou o bastante.” (p.21)
Vulnerabilidade – incerteza, risco, exposição emocional
“[…] vulnerabilidade é também o berço das emoções e das experiências que almejamos. Quando estamos vulneráveis é que nascem o amor, a aceitação, a alegria, a coragem, a empatia, a criatividade, a confiança e a autenticidade.” (p. 23)
Vulnerabilidade não é superexposição
“Não é superexposição, não é catarse, não é se desnudar indiscriminadamente. Vulnerabilidade tem a ver com compartilhar nossos sentimentos e nossas experiências com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-los. Estar vulnerável e aberto passa pela reciprocidade e é uma parte integrante do processo de construção da confiança.” (p.31)
Separe o que você é do que você faz
“[…]quando você atrela sua autoestima à sua arte ou ao seu produto e as pessoas gostam muito do que você faz, deixe-me responder a partir de minha experiência pessoal e profissional: você está numa enrascada ainda maior. Tudo o que a vergonha precisa para sequestrar e controlar sua vida está justamente aí. Você transferiu sua autoestima para o que as pessoas pensam. Teve sucesso algumas vezes, mas agora é totalmente dependente disso.” (p. 43)
4 elementos da resiliência à vergonha
“Vergonha é o sentimento intensamente doloroso ou a experiência de acreditar que somos defeituosos e, portanto, indignos de amor e aceitação.” (p. 47)
- Reconhecer a vergonha e compreender seus mecanismos
- Praticar a consciência crítica
- Ser acessível
- Falar da vergonha
Empatia é conexão emocional
“Empatia é se conectar com o sentimento que alguém está experimentando, e não com o acontecimento ou circunstância.” (p. 57)”Não há maneira certa ou errada de demonstrar empatia. É simplesmente escutar, criar espaço para a sinceridade, não emitir julgamentos, se conectar emocionalmente e transmitir aquela incrível mensagem restauradora que diz ‘Você não está sozinho.'”
Como funciona o julgamento
“[…] achar alguém para rebaixar, julgar ou criticar se torna uma maneira de escapar da teia ou de desviar a atenção. Se você está se saindo pior do que eu em alguma coisa, imagino que minhas chances de sobrevivência sejam maiores.” (p. 69)
Encaixar X Aceitação
“Encaixar-se tem a ver com avaliar uma situação e tornar-se quem você precisa ser para ser aceito. A aceitação, ao contrário, não exige que você mude; ela exige que você seja quem realmente é.” (p. 161)
A coragem de ser imperfeito na Amazon
Crônica: A dúvida dói mais que o fracasso?
Oi! Depois de um ano eu vi seu vídeo com a Thais Godinho no youtube e vim conhecer seu blog. Amei!!! Eu tbm tenho blog (bem mais simples que o seu) e amo a blogosfera. O seu blog e o da Thais são os mais lindos que eu já vi, estou apaixonada! Eu tbm já li esse livro e escrevi sobre ele (foi o primeiro post do meu blog), mas não é uma resenha, é mais um diário de leitura. Se você quiser ler eu vou ficar muito feliz. Acho que não tivemos a mesma opinião, eu esperei demais do livro e me decepcionei um pouco, mas depois percebi que ele me ensinou muito. Enfim, eu amei seu blog, vou separar um tempinho do dia pra maratonar ele, ansiosa para ler as crônicas. Pode ser que vc veja mais alguns comentários por aí, vou tentar não ser chata mas gostei muito do seu site mesmo e serei uma seguidora fiel. Bj
https://manifestacaoliteraria.blogspot.com/2021/02/a-coragem-de-ser-imperfeito-brene-brown.html
Oie, Flávia! bem-vinda! Obrigada!
Visitei seu blog. É sempre bom conhecer pessoas que ainda escrevem em blogs.
bjão
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